sexta-feira, 26 de junho de 2009

Coréia do Norte "Originals"



A história da Coreia do Norte começa quando acaba a Segunda Guerra Mundial, em 1945. Neste ano os japoneses foram expulsos da península coreana e forças soviéticas e estadunidenses ocuparam a área. Os soviéticos estabeleceram-se ao norte do paralelo 38 e os estadunidenses ao sul. Formaram-se dois países divididos que reclamavam o direito sobre toda a península, cada um proclamando ser o legítimo representante do povo coreano.

A paz se mantinha fragilmente e em 25 de junho de 1950 a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul e deu início a uma grande guerra, envolvendo China e União Soviética de um lado e os EUA do outro. Em 27 de julho de 1953 foi assinado um armistício entre o comandante do exército norte-coreano e um representante da ONU, criando uma zona desmilitarizada entre os dois países.

Um regime de partido único tal qual o soviético foi implantado no país e tem sido assim até hoje. A Coreia do Norte apresentava bons índices de desenvolvimento econômico e industrial durante todo o terceiro quarto do século XX, graças à ajuda da URSS e ao cenário econômico mundial, mas a partir da crise do petróleo que surgiu nos anos 1970 o país sucumbiu diante da modernização tecnológica e econômica dos países capitalistas e não mais conseguiu se reerguer. Hoje depende freqüentemente de ajuda humanitária e apresentou, em 1995, um IDH com o Coeficiente de Gini no valor de 0.766, similar ao da China nos dias atuais, e superior ao IDH do Brasil na época. Mas o país, que passa por crises sociais graves busca acordos multilaterais para se re-erguer.

Em 1994 morreu Kim Il-sung, que governara o país desde 1948. Seu filho, Kim Jong-il, (foto acima)assumiu o comando do partido dos trabalhadores norte-coreano em 1997, e seguindo a linha do pai, opõe-se à abertura econômica do país, inflando gastos com o setor militar, possivelmente para barganhar algo dos inimigos políticos.

Da divisão à Guerra da Coreia

O comitê provisório popular da Coreia do Norte exerce as funções de governo provisório. A lei sobre a reforma agrária de 5 de março de 1946 aboliu a propriedade feudal. A lei de 10 de agosto de 1946 nacionalizou as grandes indústrias, os bancos, os transportes e as telecomunicações. O primeiro código do trabalho foi estabelecido pela lei de 24 de junho de 1946. A lei de 30 de julho de 1946 proclamou a igualdade dos sexos. Uma campanha de alfabetização foi iniciada em 1945.

A divisão da Coreia, desde a capitulação japonesa em 1945, estabeleceu os soldados soviéticos e americanos em partes diferentes divididos pelo trigésimo oitavo paralelo, ao final de 1948. Ao sul, os Estados Unidos colocaram em prática uma administração militar direta, e uma organização de eleições em 10 de maio de 1948, que conduziu à proclamação da República da Coreia, em 15 de agosto de 1948.

Depois da Pyongyang de uma conferência, reunindo as organizações da Coréia do Norte e do Sul, em abril de 1948, as eleições legislativas (organizadas clandestinamente ao Sul) foram feitas em 25 de agosto de 1948. Em 9 de setembro de 1948, a Assembleia popular proclama a República popular democrática da Coreia à Pyongyang.

A Guerra da Coreia

Depois de um rápido avanço das tropas norte-coreanas comandadas por Kim Il Sung, que ocuparam logo quase toda peninsula, a exceção de uma ponta à Pusan, as forças americanas e de outros países ocidentais se uniram sob a bandeira da Organização das Nações Unidas em 7 de julho de 1950 : o boicote pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (ou URSS), do Conselho de Segurança das Nações Unidas, da Organização das Nações Unidas permitiram ao Estados Unidos de considerar a Coreia do Norte como agressor e de fazer votar uma intervenção das Nações Unidas. A contra-ofensiva americana invadiu a Coreia do Norte em 26 de outubro de 1950. O armistício assinado em Panmunjeom em 27 de julho de 1953, deu trégua aos dois países, em que tecnicamente ainda estariam em guerra, pois nenhum acordo de paz foi assinado. Este armistício foi rompido em 27 de Maio de 2009, unilateralmente pela Coreia do Norte após anúncio do seu vizinho Coreia do Sul, se aderir ao programa PSI (significado "Iniciativa de Segurança contra a Proliferação"), criado pelos Estados Unidos durante o governo do presidente George W. Bush, para impedir o tráfico mundial de armas de destruição em massa.













quarta-feira, 24 de junho de 2009

ELEIÇÕES NO IRÃ 2009









A décima eleição presidencial do Irã foi realizada em 12 de junho de 2009.



O Presidente do Irã é o mais alto cargo eletivo do país. No entanto, seu titular não tem poder sobre a definição da política externa nem sobre as forças armadas. Os candidatos à presidência do país têm de ser aprovados pelo Conselho dos Guardiães, um órgão de doze membros - seis clérigos, selecionados pelo Líder Supremo do Irã, e seis juristas, propostos pelo chefe do poder judiciário e aprovados pelo Parlamento.



A IRNA, agência de notícias oficial do Irã, anunciou que, após a contagem de dois terços dos votos, o atual presidente Mahmoud Ahmadinejad teria vencido a eleição, com 66% dos votos, e que Mir Hossein Mousavi recebera 33% dos votos.


A União Europeia e vários países ocidentais expressaram preocupação sobre supostas irregularidades ocorridas na apuração, e alguns analistas e jornalistas dos Estados Unidos e da Europa levantaram dúvidas sobre a autencidade dos resultados. Entretanto, muitos Estados-membros da Organização da Conferência Islâmica, assim como a Rússia, a China, a Índia e o Brasil aceitaram a vitória Ahmadinejad como sendo legítima.



Ahmadinejad mostrando seu titulo de eleitor



Na ocasião, Mousavi declarou: "Protesto veementemente contra as muitas e óbvias violações, e aviso que não vou me render a esse perigoso embuste", ao mesmo tempo em que conclamou seus apoiantes a lutar contra a decisão - evitando, porém, cometer atos de violência.
Protestos a favor de Mousavi e contra a alegada fraude, eclodiram em Teerã. O Líder Supremo Ayatollah Ali Khamenei exortou a nação a se unir em torno de Ahmadinejad, qualificando sua vitória como uma "julgamento divino".

Moussavi

Mousavi apresentou um apelo oficial contra o resultado ao Conselho dos Guardiães, em 14 de junho. Em 15 de junho, Khamenei anunciou que haveria uma investigação acerca das reclamações dos candidatos, o que deveria demorar de sete a dez dias. Em 16 de junho, o Conselho dos Guardiães anunciou que haveria uma recontagem dos votos.










Moussavi rejeitou a proposta de recontagem, pedindo novas eleições, e acusou o governo de ter manipulado os resultados. Segundo fontes da oposição, o Conselho de Guardiães autorizou a impressão de 53 milhões de cédulas eleitorais, mas somente 39 milhões foram usadas. 14 milhões não foram utilizadas, e uma recontagem poderia dar ao governo uma nova oportunidade de manipulação dos resultados.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Desatre Air France 447: Últimas notícias

Incidente

No dia 31 de maio de 2009, às 19h03 (Horário de Brasília), partiu do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão, localizado no bairro do Galeão, 12 tripulantes e 216 passageiros, incluindo um bebê, sete crianças, 82 mulheres e 126 homens. O voo deveria pousar às 11h10 locais — 6h10 de no Horário de Brasília — no Aeroporto Internacional de Paris-Charles de Gaulle, em Paris.

Plano do voo AF 447, que se dirigia para nordeste. A linha vermelha mostra a rota real. O tracejado indica a rota planejada a partir da última posição captada pelo radar (tempo em UTC).
Rio de Janeiro
22h03, 31 de maio
Fernando de Noronha
1h33, 1 de junho
Última transmissão
2h14, 1 de junho
Paris
Esperado 9h10, 1 de junho
Plano do voo AF 447, que se dirigia para nordeste. A linha vermelha mostra a rota real. O tracejado indica a rota planejada a partir da última posição captada pelo radar (tempo em UTC).

O último contato verbal foi à 1h33 UTC de 1 de junho, segunda-feira, ao aproximar-se do waypoint INTOL(1° 21′ S 32° 49′ W ), a 565 km da cidade de Natal. A tripulação informou que esperava entrar em 50 minutos no espaço aéreo controlado pelo Senegal, no waypoint TASIL (4° 0′ N 29° 59′ W ), e que o avião voava normalmente a uma altitude de 10,670m (35,000 pés) e a uma velocidade de 840km/h.

O avião deixou o radar de vigilância Brasil Atlântico à 1h48 UTC. O desaparecimento se deu após a saída da zona de cobertura pelo radar brasileiro e alguns minutos antes da entrada no espaço aéreo do Senegal, o que deveria ter ocorrido às 2h20 GMT. O último contato com o avião foi quatro horas após a partida, às 2h14 UTC, a cerca de 100km do waypoint TASIL e a cerca de 1.228km de Natal, quando cerca de dez mensagens automáticas ACARS indicaram falhas em vários sistemas elétricos e um possível problema de pressurização. A troca de mensagens automática durou cerca de quatro minutos. Na altura o avião atravessava uma área com formações meteoreológicas pesadas.

Quando isto ocorreu, a localização provável do avião era a cerca de 100 km do waypoint TASIL, assumindo que o voo decorria conforme planejado. Fontes da Air France anunciaram que as mensagens de falhas nos sistemas começaram a chegar às 2h10 UTC, indicando que o piloto automático tinha sido desativado. Entre as 2h11 UTC e as 2h13 UTC chegaram várias mensagens referentes a falhas na Air Data Inertial Reference Unit (ADIRU) (fornecendo informação de posição e navegação) e no Integrated Standby Instrument System (ISIS) (um sistema secundario que fornece atitude, velocidade, Mach, altitude e velocidade vertical), e às 2h13 UTC foram indicadas falhas no Flight Control Primary Computer (PRIM 1) e no Spoiler Elevator Control (SEC 1), e às 2h14 UTC chegou a última mensagem, um aviso sobre a velocidade vertical de cabine, o que significa que o ar externo penetrou na aeronave, o que pode indicar despressurização ou mesmo que, a essa altura, o A330 já estivesse em queda na localização 3° 34′ N 30° 22′ W .

O voo deveria chegar a Paris às 11h10 CEST, 9h10min UTC.

A 2 de junho foi confirmada pelo ministro da Defesa brasileiro Nelson Jobim a queda do aparelho numa área próxima do arquipélago de São Pedro e São Paulo, cerca de 270km a sul/sudeste da última localização conhecida da aeronave

Desenvolvimentos

Dia 1

Passageiros pedindo informações sobre o voo 447 no guiché da Air France do Aeroporto do Galeão. Foto: Guilherme Sprenger/ABr

Os controladores de tráfego aéreo brasileiros contactaram o controle de tráfego aéreo em Dakar às 2h20 UTC, quando repararam que a aeronave não tinha feito o contato obrigatório, via radio, para assinalar a sua entrada no espaço aéreo senegalês, acima da Zona de Convergência Intertropical. A Força Aérea Brasileira deu início a uma operação de busca e resgate a partir do arquipélago brasileiro de Fernando de Noronha, destacando cinco aviões para buscas num trecho delimitado pelo litoral das cidades do Recife, Natal e o arquipélago de Fernando de Noronha. Aviões de reconhecimento franceses foram também destacados para o local, incluindo um de Dakar. A base de apoio às buscas funciona na Base Aérea de Natal em Natal e no Aeroporto de Fernando de Noronha com as buscas coordenadas a partir do Cindacta 3 na cidade do Recife[. O assessor de imprensa da Aeronáutica, coronel Henry Munhoz, disse à TV brasileira que o radar de Cabo Verde não havia captado o sinal do avião sobre o Oceano Atlântico. A Marinha Brasileira deslocou também três embarcações, sendo o navio-patrulha Grajaú, a fragata Constituição e a corveta Caboclo para auxílio nas buscas. No fim da manhã, o voo AF447 foi retirado da lista de voos do site dos Aeroportos de Paris.

O diretor executivo da Air France, Pierre-Henri Gourgeon, disse numa conferência de imprensa: "Estamos provavelmente em presença de uma catástrofe aérea." Um porta voz da Air France especulou a aeronave poderia ter sido atingida por um raio, embora esta seja uma rara causa de acidentes com aeronaves. Dois jatos da companhia aérea Lufthansa passaram por essa área, antes e depois do desaparecimento, o que coloca dúvidas acerca de um raio ter sido a causa.

Coronel Jorge Amaral fala sobre as buscas pelo Airbus 330 da Air France. Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr.

O ministro do ambiente francês Jean-Louis Borloo declarou que "nesta altura já terá ultrapassado o limite das suas reservas de querosene" e "Temos de vislumbrar agora o mais trágico dos cenários". Fontes do aeroporto Paris-Charles-De-Gaulle citadas pela revista francesa L'Express afirmaram que "não há esperança de que haja sobreviventes.

O governo do Senegal comunicou na tarde de 1 de junho que teria localizado destroços que flutuavam nas suas águas territoriais, mas não confirmou se pertenciam ao avião desaparecido. A Aeronáutica informou que após o escurecer será realizada uma busca eletrônica com vista a tentar captar a emissão de sinal do equipamento de emergência da aeronave (ELS).

No início da noite de segunda-feira, o vice-chefe do Centro de Comunicação da Aeronáutica brasileira, Jorge Amaral, confirmou que um piloto de um voo comercial da empresa TAM Linhas Aéreas reportou ter visto "pontos laranjas" no meio do Oceano Atlântico, cerca de 30 minutos após o Airbus da Air France ter emitido um informe de pane elétrica, às 2h14 UTC de domingo.

No entanto, uma busca efetuada por um navio francês na área assinalada pelo piloto não encontrou nada.

Dia 2

Plano de voo e localização da área de buscas (os círculos vermelhos localizam os destroços encontrados). Foto:Divulgação/Aeronáutica

Na noite de 1 para 2 de junho, um avião radar Embraer R-99 decolado às 22h35 de segunda-feira do arquipélago de Fernando de Noronha detectou por meio de sinais eletrônicos, a cerca de 1h da manhã, objetos metálicos e não metálicos. Na manhã de 2 de junho, uma aeronave C-130 avistou flutuando objetos detectados por radar no Oceano Atlântico que podem ser do Airbus. Na ocasião o radioamador André Sampaio, que auxiliava as comunicações da FAB por meio de sua estação PY0FF em Fernando de Noronha, capta as primeiras informações dos avistamentos pelo rádio em HF. O coronel Jorge Amaral confirma que os objetos foram visualizados em dois pontos distintos, distantes 60 km entre si, a cerca de 650 km a noroeste da Ilha de Fernando de Noronha. Teriam sido vistos uma poltrona, uma boia laranja, um tambor, objetos brancos, além de uma mancha de óleo e querosene. Não foi ainda confirmado se se tratam de partes do avião desaparecido.Devido a estes destroços terem sidos localizados, a Marinha do Brasil enviou o navio tanque Gastão Motta e a fragata Bosísio, somando 5 as embarcações deslocadas para o local. O navio-tanque permitirá que os outros navios fiquem na área um mês, se for necessário. Os navios estão equipados com médicos e mergulhadores, que poderão chegar ao avião se estiver submerso perto da superfície. O primeiro navio da frota brasileira deverá chegar ao local pelas 18h de quarta-feira, 3 de junho.

Três navios mercantes, dois holandeses e um francês, que circulavam perto do arquipélago de São Pedro e São Paulo desviaram as suas rotas para auxiliar nas buscas no local onde foram avistados os destroços, mas segundo a Marinha Brasileira ainda não encontraram nenhum vestígio O contra-almirante Domingos Sávio Almeida Nogueira, diretor do Centro de Comunicação Social da Marinha, afirmou que os destroços indicam que podem haver sobreviventes, uma vez que a temperatura da água está alta na região, em torno de 28 a 30 graus. "Sempre há esperança", disse Domingos Sávio aos jornalistas.

Dois navios da Marinha Francesa, o Foudre e o Ventôse, estão a caminho do local onde se suspeita que o avião possa ter caído. Um E-3 Sentry da Força Aérea Francesa decolou às 17h00 CEST, juntando-se aos 2 aviões Atlantique 2 e a um Falcon 50 da Marinha. O mau tempo está a dificultar as buscas tanto no ar como no mar.Entre os navios enviados ao local também está o navio de pesquisa francês Pourquoi Pas?, equipado com dois mini-submarinos capazes de mergulhar até profundidades de 6000 m. A área do Atlântico na qual o avião terá caído tem profundidades da ordem dos 4700 m.

Na tarde de 2 de junho o ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, confirmou que os destroços encontrados durante a madrugada no Oceano Atlântico são do Airbus da Air France. "Os destroços são do avião. Isso não há mais dúvida", afirmou Jobim aos jornalistas. Segundo o ministro, o avião Hércules da Força Aérea Brasileira identificou diversos materiais em uma faixa de 5 km, dentro da área brasileira em torno do arquipélago de São Pedro e São Paulo. "Fios, metais, enfim, elementos que compõem a aeronave", esclareceu. Os objetos encontrados no mar serão recolhidos e embarcados no navio Grajaú da Marinha brasileira, que levará o material para Fernando de Noronha. "Até o momento não foi divisado nenhum corpo, somente destroços", disse Jobim, afirmando também que ainda não é possível determinar se a aeronave explodiu.

Dia 3

Buscas dos destroços sendo realizada. Foto: Divulgação/Aeronáutica.

Toda a operação de busca e resgate de destroços e possíveis sobreviventes do voo 447 está a ser feita a partir do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 3), em Recife. Trinta militares revezam-se dia e noite no trabalho de planejamento e execução de tarefas, na sala do Salvaero. Segundo a explicação do coronel-aviador Luís Gonzaga Leão Ferreira, comandante do Cindacta 3, "O Salvaero é um órgão do Cindacta que, no contexto da organização, tem por responsabilidade todos esses trabalhos que nós estamos efetuando na busca da aeronave da Air France".

O R-99 da FAB fez novo sobrevoo durante a noite de 2 para 3 de junho, na tentativa de localizar mais destroços e possíveis sobreviventes. O comandante do Cindacta 3 afirmou "Nós vamos continuar dando prosseguimento às buscas, uma vez que já temos alguns pontos de localização de objetos e destroços da aeronave. Estamos colocando esses posicionamentos em mapa e isso permitirá que a gente possa ter uma otimização dos trabalhos de busca".Foram encontrados vários objetos espalhados numa área circular de 5 km de raio; um objeto de 7 metros de diâmetro; dez objetos, sendo alguns metálicos; e uma mancha de óleo com extensão de 20 km.

Mancha de óleo encontrada se pensava ser do avião. Foto: Divulgação/Aeronáutica.

O avião militar dos Estados Unidos que está no Brasil para apoio às buscas por destroços e possíveis sobreviventes do vôo 447 partiu na sua primeira missão às 3h da madrugada de quarta-feira, 3 de junho.Com este avião, chega a 11 o número de aeronaves envolvidas nos trabalhos de busca. No dia 3 deverá chegar ainda um avião francês vindo de Dakar, no Senegal, para reforçar o grupo. Segundo os militares, o mais difícil da operação é o tamanho da área de busca. Até o momento, as equipes já cobriram um perímetro de 10 mil km², o que ainda é pouco em relação ao tamanho da área onde são feitas as buscas.

Os destroços que forem sendo recolhidos pela Marinha serão inicialmente levados para Fernando de Noronha, podendo depois ser enviados para o Recife por aeronave, segundo informou o coronel Leão. A caixa-preta não está no foco principal das buscas. Conforme afirmou o mesmo coronel, "Estamos conduzindo o nosso trabalho para levantar a localização dos destroços e de um eventual sobrevivente. A caixa preta é primordial para o processo de investigação, mas não é nossa prioridade no momento".

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou que Pernambuco será responsável pelo recolhimento e pela identificação dos corpos das vítimas. A Secretaria de Defesa Social do estado informou que quarta, 3 de junho, chegará a Fernando de Noronha uma equipe formada por médico legista, perito criminal e datiloscopista.

Na manhã de 3 de junho o porta voz do Estado Maior do Exército francês afirmou que, embora seja preciso fazer "uma confirmação formal" quando os destroços forem resgatados, já não há espaço para dúvidas de que pertencem ao Airbus da Air France desaparecido na segunda-feira passada.

Na madrugada de 3 de junho foram encontrados mais quatro pontos com objetos e materiais metálicos na região onde no dia anterior haviam sido encontradas partes do avião, a uma distância de 90 km da área anteriormente coberta pela Força Aérea Brasileira. Foram detectados vários objetos espalhados em uma área circular com raio de 5 quilômetros, entre eles uma peça de sete metros de diâmetro, ainda não identificada, que poderá ser, segundo o Comando da Aeronáutica, um pedaço da cauda ou lateral do aparelho. Foram ainda encontrados 10 objetos e uma mancha de óleo com extensão de 20 quilômetros, mas ainda não há certeza de que estes destroços pertençam também ao avião acidentado. Até a noite de 3 de junho, uma área de cobertura equivalente a 176 984,37 km², o que corresponde a cerca de duas vezes o estado de Pernambuco, havia sido completada. O navio patrulha Grajaú e corveta Caboclo da Marinha do Brasil chegaram a área. As buscas prosseguiram durante a noite com as aeronaves brasileiras (três C-130 Hércules), um avião estadunidense (P-3 Orion) e um avião francês (Falcon 50).

Dia 4

O brigadeiro Ramon Borges Cardoso fala sobre a operação em busca dos destroços do avião. Foto: Valter Campanato/ABr.

Em Recife com a dificuldade de encontrar sobreviventes do Airbus A330 da companhia aérea Air France, desaparecido desde a madrugada de segunda-feira (1º), a Força Aérea Brasileira (FAB) e o Comando da Marinha decidiram iniciar a coleta dos destroços localizados na área onde estão concentradas as buscas.

"Até ontem, a prioridade era localizar os corpos, mas, como não estamos encontrando, temos que recolher os destroços. Hoje já podemos colocar os dois trabalhos no mesmo nível de interesse", explicou em Recife, o diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), brigadeiro Ramon Borges Cardoso.

Ao relatar à imprensa o trabalho feito nesta madrugada, Cardoso afirmou que o avião militar R-99, que rastreou a área provável em que o Airbus caiu, identificou novos pontos de destroços a sudoeste dos penedos de São Pedro e Paulo. Nenhum corpo foi avistado. Segundo o brigadeiro, apesar de o mar estar calmo, chove e há pouca visibilidade, o que dificulta as buscas. "A cada dia que passa fica mais difícil encontrar sobreviventes, mas continuamos com essa expectativa, trabalhando para possivelmente encontrá-los."

O almirante Edison Lawrence Mariath Dantas durante entrevista sobre as buscas. Foto: Valter Campanato/ABr.

Durante a madrugada, mais cinco aviões, sendo um norte-americano e um francês, decolaram de Natal com destino aos locais onde os destroços foram localizados. Em dois pontos foi confirmada a presença de material que o brigadeiro acredita ser da parte interna do Airbus. Com isso, a FAB e a Marinha decidiram enviar para os locais o navio patrulha Grajaú e a corveta Caboclo, que já estavam na região desde o dia anterior. A previsão é que as duas embarcações cheguem aos pontos indicados pelas aeronaves no início da tarde deste dia. Elas irão recolher todo o material que for encontrado boiando. Um helicóptero Black-Hawk partiu às 8h de Fernando de Noronha (PE) para confirmar a presença de destroços avistados a cerca de 100 quilômetros a nordeste do arquipélago. De acordo com Cardoso, a opção de enviar o helicóptero na missão de rastreamento se deve ao fato de ser pouco provável que o material rastreado pelo R-99 pertença à aeronave da Air France. Se for do avião, uma embarcação terá que se dirigir ao local a fim de resgatá-lo, porque o helicóptero não pode içar o material. Segundo o brigadeiro, não há data prevista para o término da operação. Todos os equipamentos e suprimentos de que as equipes que estão em Fernando de Noronha irão precisar foram transportados hoje para o arquipélago. Cerca de 150 pessoas participam das buscas.

Foram identificados novos pontos de destroços à sudoeste dos penedos de São Pedro e São Paulo. O helicóptero H-60 Black Hawk começou a ser utilizado nas missões de busca. No total, onze aeronaves estão mobilizadas na Base Aérea de Natal e em Fernando de Noronha para o trabalho de busca. A fragata Constituição chegou ao local onde estão sendo feitas as buscas. A embarcação completa o conjunto de três navios da Marinha que participam nas buscas. A fragata Constituição leva tripulação de aproximadamente 200 marinheiros, incluindo mergulhadores. Novos destroços foram avistados a 550 km de Fernando de Noronha. De acordo com o planejado, a aeronave orientou a fragata Constituição, até o local para que o material pudesse ser recolhido. O helicóptero Lynx, embarcado na Fragata, resgatou por volta das 13h, um suporte utilizado para acomodação de cargas em aviões (pálete), de aproximadamente 2,5 m², e duas bóias. Segundo o brigadeiro Ramon Cardoso, o palete e a mancha de óleo encontrados não pertencem ao AirBus 330, pois o AirBus não utilizava paletes de madeira e a quantidade de óleo encontrada era bem superior à que um AirBus necessita, pois utiliza apenas cerca de 20 litros de óleo nos motores. O almirante Edison Lawrence Mariath Dantas, comandante do 3º Distrito Naval, disse em entrevista que as buscas prosseguem durante a noite.

Dia 5

Parentes de passageiros do voo 447 chegam ao Cindacta 3. Foto: Valter Campanato/ABr.

Um grupo com treze parentes de algumas das pessoas que viajavam na voo 447 partiu da Base Aérea do Galeão por volta das 7h deste dia 5 em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para a sede do Cindacta 3, em Recife. O brigadeiro Ramon Borges Cardoso informou que o objetivo é esclarecer qualquer dúvida e também para que eles tomassem conhecimento das dificuldades do trabalho em uma busca no mar. Porém está descartada um sobrevoo na área de buscas pelos parentes.Uma aeronave francesa Atlantique Rescue D passou a integrar o conjunto de aeronaves engajadas nos esforços de busca.

Chega ao fim o quinto dia de buscas aos destroços do voo e o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), afirmou que nada de "relevante" foi encontrado ainda e também que com o passar do tempo aumentam as dificuldade de encontrar corpos e de localizar vestígios da aeronave. Mesmo assim, informou que não há prazo para o fim das operações de busca que, nos próximos dias, ganhará o reforço de mais três barcos brasileiros e três embarcações francesas. Novamente, durante a madrugada (próximo às 3h de amanhã) o avião R-99 decolará de Fernando de Noronha para dar continuidade ao rastreamento dos possíveis destroços.

A Air France anunciou, em uma nota divulgada durante a manhã, que o voo AF 447 passará a ser identificado como AF 445 a partir de domingo (7 de junho) e a alteração só valerá para o trajeto Rio-Paris. O trajeto Paris-Rio continuará ser identificado como AF 444.

O governo francês anunciou que enviaria o submarino Émeraude para auxiliar nos trabalhos de resgate de destroços e eventuais corpos de vítimas do acidente. O submarino possui sonares que tentarão identificar emissões acústicas das caixas-pretas do avião, porém ele só deve chegar na região das buscas na próxima semana. Mais duas outras embarcações da Marinha francesa, o TCD Foudre (que estava na costa de Portugal) e a fragata Ventôse (que vem do Caribe) foram enviadas ao Brasil e devem chegar a região no fim de semana.

Dia 6

Coronel Jorge Amaral, concede entrevista coletiva. Foto: Valter Campanato/ABr.

No início da manhã, o R-99 identificou uma série de pontos numa área localizada a cerca de 70 km a nordeste de onde o avião da Air France havia enviado a última mensagem. No início da tarde de 6 de junho, o coronel Jorge Amaral, da Aeronáutica, informou que dois corpos de homens foram localizados e recolhidos pela corveta Caboclo que auxilia nas buscas do avião.A Aeronáutica e a Marinha também encontraram uma poltrona azul identificada com um número de série que pode ser do Airbus A 330, além de uma mochila com um cartão de vacinação e uma pasta de couro contendo uma passagem da Air France. Também foram encontradas máscaras de oxigênio.

As informações disponíveis foram transmitidas aos parentes das vítimas antes de serem divulgadas à imprensa.

Dia 7

Partes metálicas resgatadas. Foto:Agência Brasil/Divulgação Aeronáutica.

Mais destroços foram localizados, incluindo uma parte metálica com inscrições da Air France. Poltronas com características das que são utilizadas pela Air France também foram resgatadas. Três corpos foram localizados e resgatados durante a madrugada, totalizando cinco corpos. Cinco navios da Marinha do Brasil e 14 aeronaves, 12 brasileiras e duas francesas, foram utilizados no resgate. No início da noite, a Marinha e Aeronáutica anunciaram que 12 corpos foram resgatados, completando 17 ao todo já resgatados. Vários elementos estruturais da aeronave também foram resgatados. A fragata francesa Ventôse chegou a região e auxiliou no resgate. Ao todo, seis embarcações auxiliaram nas buscas em conjunto com 14 aeronaves.

Segundo o capitão-de-fragata Giucemar Cardoso Tabosa, do Centro de Comunicação Social da Marinha, a fragata Constituição, que levava para Fernando de Noronha os dois corpos localizados em 6 de junho, retornou ao encontro da corveta Caboclo para reunir todos os corpos encontrados e levá-los de uma só vez. Quando a fragata atingir os 300 km de distância da ilha, os corpos serão transportados de helicópetero e lá serão preparados e encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Recife, que recebeu o reforço de oito policiais federais especialistas na identificação de corpos, e será responsável pela identificação dos corpos.

Dia 8

Parte do estalilizador vertical resgatado em 8 de junho. Foto:Agência Brasil/Divulgação Aeronáutica.

Ao final da manhã, a Marinha e a Aeronáutica informaram que foram resgatados 16 e não 17 corpos, como anunciado no dia anterior. O motivo informado pelas autoridades, foi uma falha de comunicação com a fragata francesa Ventôse. Também diferente do anunciado no dia anterior, foi informado que os 16 corpos já se encontravam na fragata Constituição. Os corpos estão sendo conservados nas câmeras frigoríficas do navio, com chegada prevista a Fernando de Noronha na manhã de terça (9 de junho).

O capitão Giucemar Tabosa, assessor de comunicação da Marinha, informou que a diferença do número de corpos foi constatada na transferência dos corpos da fragata francesa para a brasileira. Após corrigirem esta informação, a Aeronáutica e a Marinha decidiram que não irão mais revelar à imprensa o número e o sexo dos corpos das vítimas resgatados até que estejam a bordo de navios militares brasileiros. A medida tem por objetivo evitar erros na divulgação das informações.

O capitão Tabosa exibe imagem de satélite, com a localização dos destroços do Airbus. Foto: Valter Campanato/ABr.

Segundo informações dos oficiais envolvidos com as buscas mais de uma centena de destroços já foram localizados, mas a Aeronáutica só irá relacioná-los após uma identificação precisa. Esses destroços foram localizados na região a 440 quilômetros a nordeste do arquipélogo de São Pedro e São Paulo, em área que possui 3,5 mil metros de profundidade. Oito corpos de passageiros foram resgatados totalizando 24 corpos resgatados.

Em entrevista à noite, o tenente-coronel Henry Munhoz, assessor de comunicação da Aeronáutica, reiterou que localizar a caixa-preta "não é uma prioridade" da operação brasileira, mas sim dos governos francês e estadunidense e que ações paralelas destes governos estão sendo conduzidas. O assessor também informou que o "objetivo na operação de busca e resgate é não deixar ninguém para trás", ou seja, o objetivo é resgatar os todos os 228 corpos.

Dia 9

O tenente-coronel Henry Munhoz exibe fotografia que mostra o momento em que parte do Airbus A 330 é içada do mar. Foto: Valter Campanato/ABr.

Segundo a assessoria de comunicação da Aeronáutica e da Marinha mais quatro corpos foram resgatados no início da manhã pela fragata Bosísio e permaneceram no navio, assim como os retirados ontem do mar. Como a câmara frigorífica do navio tem capacidade para até 20 corpos, somente quando for atingido essa capacidade eles serão levados a Fernando de Noronha.[64] Mais 13 corpos foram resgatados, totalizando 41 vítimas. Dois rebocadores de alto-mar contratados pela França: o Fairmount Expedition e o Fairmount Glacier, que levarão a bordo 40 toneladas de equipamentos para auxílio às buscas dos destroços. Além disso, o submarino nuclear Émeraude, o navio de pesquisa Porquoi Pas e o navio anfíbio Mistral estão seguindo para a área das buscas.

Os primeiros 16 corpos resgatados entre 6 de junho e a manhã de 8 de junho já estão em Fernando de Noronha onde os especialistas da Polícia Civil de Pernambuco e da Polícia Federal farão uma identificação prévia antes de serem enviado à Recife. Inicialmente a previsão era de que os corpos chegassem à ilha logo pela manhã, mas a chuva atrasando a decolagem dos helicópteros que buscariam os corpos na fragata.

À noite, o brigadeiro Ramon Borges Cardoso informou que a Aeronáutica e a Marinha vão ampliar a área a ser vasculhada seguindo a direção das correntes marítimas registradas para o Norte e que as buscas entrarão na área de Dakar. As autoridades do Senegal foram contatadas e as embarcações e aeronaves militares brasileiras foram autorizadas a ingressar na área a fim de continuar as buscas. O brigadeiro informou também que todos os 41 corpos já resgatados estavam dentro das águas jurisdicionais brasileiras.

Dia 10

Mapa que mostra a região onde a Marinha e a Aeronáutica concentram as buscas a destroços e a corpos. Foto: Agência Brasil/Divulgação Aeronáutica.

No início da tarde, em nota divulgada no Cindacta 3, o comando da Aeronáutica e da Marinha informou que não existem novas notícias sobre o resgate de corpos de vítimas. A nota informava ainda que os 16 corpos que estavam em Fernando de Noronha seriam levados à Base Aérea de Natal às 15h e de lá seriam encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de Recife para identificação. Outra informação contida na nota é de que a fragata brasileira Bosísio, que transporta os demais 25 corpos, deve se aproximar amanhã (11 de junho) de Fernando de Noronha.

O submarino nuclear francês Émeraude chegou à área onde se concentram as buscas. A principal missão do submarino é tentar localizar a caixa-preta do Airbus, mas mesmo equipado com sonares potentes, a tarefa será difícil, já que mesmo após dez dias de buscas, ainda não se sabe ao certo o ponto exato em que o Airbus caiu. Outro fator de complicação são as correntes marítimas existentes na região que têm arrastado os destroços por quilômetros. Além disso, existem na área locais que podem atingir 5 mil metros profundidade. Também já estão na região o navio francês Mistral e o rebocador Fairmount Expedition, que foi autorizado pelas autoridades brasileiras a atracar em Natal, para receber os equipamentos que serão utilizados na busca às caixas-pretas. A coordenação dos trabalhos dessas embarcações será feito pelas autoridades brasileiras para que não atrapalhem o resgate dos corpos, que continua sendo prioritário nas operações.

Mapa que mostra a distância entre Recife e a área em que a Marinha e a Aeronáutica encontraram destroços do voo. Foto: Agência Brasil/Divulgação Aeronáutica.

Hoje, décimo dia de buscas, os militares brasileiros não conseguiram localizar nenhum novo corpo. Segundo o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Decea, as condições meteorológicas pioraram ao longo do dia, forçando as aeronaves e embarcações brasileiras a se deslocarem para locais com melhor visibilidade, mas com menos chances de localização de novas vítimas.

Amanhã (11 de junho), a fragata Constituição, que transportou os primeiros 16 corpos, retornará à área de buscas. No próximo dia 19 de junho, o navio desembarque Rio de Janeiro, que tem capacidade para receber até 100 corpos em suas câmaras frigoríficas, se somará à frota na região. A embarcação estava em missão no Haiti, mas foi designada para se dirigir à Fortaleza, onde serão carregados dois helicópteros e mantimentos para a missão.

Pela primeira vez desde o início das buscas, a Aeronáutica e a Marinha mencionaram um prazo para o fim das operações. Segundo o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, oficiais da Aeronáutica e da Marinha se reunirão no próximo dia 12 de junho para avaliar a possibilidade de continuar os trabalhos além do dia 19 de junho, "Este prazo é um tempo no qual imaginamos que ainda haveria possibilidade de fazermos a coleta de corpos. Se antes desta data nós fizermos outra avaliação, esses prazo pode ser estendido", concluiu Cardoso.

Detalhes dos passageiros

Estavam a bordo 228 pessoas, incluindo três pilotos e outros nove tripulantes. Entre os passageiros há um bebê, sete crianças, 82 mulheres e 126 homens.

Nacionalidades

De acordo com uma lista oficial publicada pela Air France, a maioria dos passageiros é composta por cidadãos brasileiros e franceses.

Personalidades a bordo

Estavam confirmadamente a bordo do avião:

Imagens de satélite captadas às 00h e às 06h UTC do dia 1 de junho de 2009, revelando a alta concentração de nuvens perto do arquipélago de São Pedro e São Paulo, na Zona de Convergência Intertropical. "A" representa a última posição conhecida do avião, e "B" o local onde foram encontrados os destroços.

REAÇÃO

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, esteve no aeroporto Roissy-Charles de Gaulle para acompanhar as investigações sobre o desaparecimento do avião. Segundo o Nouvel Observateur, os familiares dos passageiros foram levados a um espaço reservado para receber apoio da companhia aérea.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, decretou em 1º de junho, luto estadual por três dias. No mesmo dia, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes decretou luto por três dias, devido a morte de um dos funcionários da prefeitura e aonde o avião partiu.

A Air France organizou uma celebração ecuménica na Catedral de Notre Dame, em Paris, pelas 16h locais de 3 de Junho, em homenagem aos passageiros desaparecidos sobre o Oceano Atlântico.

Na noite de terça feira, 2 de junho, após a confirmação da queda do avião, o presidente brasileiro em exercício José Alencar decretou luto nacional por três dias, em memória das vítimas do acidente aéreo.

Um ato ecumênico foi realizado na manhã de 4 de junho na Igreja da Candelária com representantes de oito religiões. Participaram do ato parentes e amigos de passageiros que estavam no Voo 447, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o chanceler francês Bernard Kouchner, além de outras autoridades do Brasil e da França.

Uma missa foi realizada na tarde de 5 de junho em memória dos passageiros na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, no centro da cidade do Rio de Janeiro. O príncipe dom Antônio de Orleans e Bragança, pai de Pedro Luis, estava presente.[84]

Inquérito

O piloto tinha 11 000 horas de voo e o Airbus, colocado ao serviço em 2005 e contando 18 870 horas de voo, não possuia qualquer defeito que tivesse sido constatado no seu último controle técnico, a 16 de abril de 2009.

A responsabilidade das investigações é da França, país a que pertence a empresa da aeronave, de acordo com a legislação da ICAO, Organização de Aviação Civil Internacional (OACI),[16] estando entregue ao Bureau d'enquêtes et d'analyses (BEA). O Brasil ficará responsável pela busca de corpos, resgate de vítimas e destroços.

O avião desapareceu dos radares ao atravessar a Zona de Convergência Intertropical. As imagens de satélite mostram uma grande concentração de nuvens cúmulo-nimbos, que chegam a atingir os 16.000 metros de altura, com intensas descargas elétricas, sobre o Oceano Atlântico na região do arquipélago de São Pedro e São Paulo, perto da última posição conhecida da aeronave e do local onde foram encontrados os destroços. Este é, no entanto, um fenómeno frequente na região e com o qual os pilotos estão muito acostumados, geralmente sobrevoando no topo das nuvens, a 15.000 metros de altitude, que é a zona menos perigosa. Os aviões dispõem ainda de um radar de proa que avisa sobre a proximidade de nuvens particularmente densas, permitindo que o aparelho desvie a rota a fim de evita-las.

Uma vez que o sistema ACARS reportou uma sucessão de avarias num curto intervalo de tempo, a falência do sistema elétrico e a despressurização do aparelho, existem muitas hipóteses possíveis. De acordo com o CEO da Air France, Pierre-Henri Gourgeon, estas falhas criaram uma "situação totalmente inédita no avião".Segundo o diretor de comunicações da companhia aérea, uma das hipóteses é a incidência de um raio, que conjugado com outros problemas teria despoletado uma avaria elétrica. O secretário de Estado de Transportes da França, Dominique Bussereau, comentou que apesar de nada se saber sobre o desaparecimento da aeronave, "parece mais uma perda de controle do aparelho". Bussereau considerou ainda que a tese da Air France para explicar um possível acidente causado por um raio é incompleta.

Entre as outras hipóteses avançadas, têm especial relevo as avarias sucessivas devidas à turbulência[91] ou um ataque terrorista, embora neste momento não exista qualquer elemento que permita avançar essa hipótese.

Há também a referir que a EASA tinha alertado em Janeiro de 2009 os pilotos dos aviões Airbus A330 e A340, na sequência do incidente com um voo da Qantas, em Outubro de 2008, em que mais de 50 pessoas ficaram feridas quando o voo da Qantas, que fazia a ligação entre Singapura e Perth, registou uma queda abrupta de vários metros quando viajava em velocidade de cruzeiro.

De acordo com o alerta em causa, esses dois tipos de aviões registam ocorrências anormais no equipamento Ecam (Electronic Centralised Aircraft Monitor) o que levaria a um comportamento anormal que provocaria, por exemplo, mergulhos em pleno voo.

O Tribunal de Paris anunciou no dia 5 de junho a abertura de processo, a ser conduzido pela juiza Silvie Zilmmerman, por homicídio culposo sobre o desaparecimento do Airbus A330 da companhia aérea Air France.

O Escritório de Investigações e Análises para a Segurança da Aviação Civil da França divulgou nota no dia 5 de junho em que afirma:

Uma grande quantidade de informações mais ou menos corretas e tentativas de explicações a respeito do acidente estão sendo veiculadas. O BEA lembra aqueles envolvidos nessa divulgação que é recomendavel que se evite todo tipo de interpretação apressada e especulativa baseada em informações parciais e não confirmadas.

No estágio atual da investigação, os únicos fatos concretos são:

* a presença significativa de nuvens da zona de convergência intertropical, típicas da região equatorial, próximas a rota planejada do avião pelo Atlântico;

* baseando-se na análise das mensagens automáticas enviadas pelo avião, existem incoerências entre as várias velocidades medidas.



No dia 10 de junho de 2009 o jornal francês L'express publicou reportagem relatando que a possibilidade do acidente ter ocorrido em função de um atentado terrorista não estava totalmente descartada, visto que o nome de dois dos passageiros são similares ao de figuras ligadas com entidades que patrocinam esses tipos de atentados. No entanto, a falta da data de nascimento na ficha de embarque não permite que isso seja realmente constatado, pois pode-se tratar simplesmente de homônimos que possuiam a mesma nacionalidade desses terroristas.[96]

A Quebra do Leme

De acordo com informação divulgada pela TV France 2, sem contestação da Air France ou do fabricante do aparelho, a quebra do leme consta de um dos 24 alertas emitidos automaticamente pelo avião. A mensagem, enviada no primeiro dos quatro minutos finais do AF 447, indicava um CTL RUD TRV LIM FAULT, ou seja, falha no controle de limitação do curso do leme. Quer dizer, o computador acusou a quebra do leme. Isto poderia ter origem na tentativa de desvio do curso do avião, para evitar as nuvens de maior risco ao voo, em que o giro do leme teria excedido o limite aceitável para a velocidade efetivamente praticada naquele instante pelo aparelho. Informações errôneas dos sensores de velocidade, derivadas do mau funcionamento de um tubo de Pitot bloqueado ou defeituoso, poderiam levar o computador que controla o avião a permitir a manobra potencialmente perigosa do leme, causando sua ruptura. Um memorando enviado em 5 de junho pela Air France aos seus pilotos informou que a empresa aérea iria substituir os sensores de velocidade de seus aviões Airbus nas próximas semanas.

Um alerta da Airbus emitido depois do acidente determina que a tripulação deve conservar a potência dos motores e o ângulo correto para manter a aeronave na linha de voo, em caso de condições meteorológicas difíceis. Vale dizer, não se deve desviar da rota em tais situações. Quando ocorre a quebra do leme de uma aeronave, em condições atmosféricas favoráveis, o controle do avião é quase impraticável. No caso do AF447, seria impossível. A despressurização da cabine seria causada pela perda do leme, tal como ocorreu com o Boeing 747do Voo Japan Airlines 123