sábado, 31 de janeiro de 2009

QUEM É BARACK OBAMA ??

Barack Hussein Obama II (Honolulu, 4 de agosto de 1961) é um político dos Estados Unidos da América, sendo o 44.º e atual presidente de seu país, pelo Partido Democrata. Sua candidatura foi formalizada pela Convenção do Partido Democrata em 28 de agosto de 2008. Tomou posse a 20 de janeiro de 2009. Até então, era senador pelo estado de Illinois. Obama foi o primeiro negro (afro-americano no contexto estadunidense) a ser eleito presidente estadunidense. Foi também o único senador afro-americano na legislatura anterior.
Graduou-se em Ciências Políticas pela Universidade Columbia em Nova Iorque, para depois cursar Direito na Universidade de Harvard, graduando-se em 1991. Foi o primeiro afro-americano a ser presidente da Harvard Law Review.
Obama atuou como líder comunitário e como advogado na defesa de direitos civis até que, em 1996, foi eleito ao Senado de Illinois (Orgão integrante da Assembléia Geral de Illinois, que constitui o poder legislativo local), mandato para o qual foi reeleito em 2000. Entre 1992 e 2004, ensinou direito constitucional na escola de direito da Universidade de Chicago.
Tendo tentado, em 2000, eleger-se, sem sucesso, ao Congresso dos Estados Unidos, anunciou, em janeiro de 2003, sua candidatura ao Senado dos Estados Unidos. Após vitória na eleições primárias, foi escolhido como orador de honra para a Convenção Nacional do Partido Democrata em julho de 2004. Em novembro, foi eleito Senador dos Estados Unidos pelo estado de Illinois com 70% dos votos. Em 4 de janeiro de 2005,o atual mandato, o qual tem duração até 2001.
Como membro da minoria democrata no período entre 2005 e 2007, ajudou a criar leis para controlar o uso de armas de fogo e para promover maior controle público sobre o uso de recursos federais. Neste período, fez viagens oficiais para o leste europeu, o oriente médio e África. Na atual legislatura, contribuiu para a adoção de leis que tratam de fraude eleitoral, da atuação de lobistas, mudança climática, terrorismo nuclear e assistência para militares americanos após o período de serviço.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Conflito na Faixa de Gaza





CONFLITO NA FAIXA DE GAZA




Foi o primeiro grande ataque israelense, desde o fim do cessar-fogo acordado entre o governo de Israel e representantes do Hamas, partido majoritário no Conselho Legislativo da Palestina. O acordo, firmado em 19 de junho de 2008, previa seis meses de trégua. Entretanto, já algumas semanas antes do dia 19 de dezembro, palestinos estavam lançando seus foguetes contra Israel, e israelenses também realizavam ataques aéreos a Gaza.
É também a mais sangrenta operação militar contra os palestinos, desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
A princípio, a operação consistiu em ataques aéreos contra alvos palestinos na Faixa de Gaza. A esses primeiros ataques, os militantes palestinos em Gaza responderam com o lançamento de foguetes Qassam, em direção ao sul de Israel. Um soldado israelense foi morto.
Na noite do dia 3 de janeiro, começou a ofensiva por terra, com tropas e tanques israelenses entrando no território palestino.
Em quase duas semanas de ofensiva militar, iniciada em 27 de dezembro, os ataques deixaram - segundo fontes médicas palestinas mais de 600 pessoas mortas e outras 2.900 feridas, incluindo mais de 100 civis, além da destruição da infra-estrutura de Gaza. Os militantes palestinos continuraram lançando foguetes Qassam em direção ao sul do território israelense, fazendo quatro vítimas, além de duas dezenas de feridos, de acordo com fontes israelenses.
Oficialmente, a operação teve como objetivo responder aos ataques do Hamas, contra cidades do sul de Israel, quebrando um cessar-fogo que já durava seis meses Em 2008, os militantes do Hamas lançaram mais de 1.700 foguetes contra Israel - o dobro em relação a anos anteriores. São, na maioria, foguetes Qassam, fabricados em Gaza e de pequeno alcance - cerca de 16km em média. Esses foguetes podem ser bastante destrutivos e letais, quando encontram alguma coisa ou alguém à sua frente. Todavia, dada a precariedade do artefato - de pouca precisão e curto alcance - boa parte deles tem explodido no solo, causando sobretudo danos psicológicos à população israelense. Muitos acabam caindo sobre os próprios palestinos, depois de bater contra o muro de concreto que cerca a Faixa de Gaza. ,[ . Mas, desde que o Hamas declarou o fim do cessar-fogo com Israel, em dezembro, também foram lançados foguetes iranianos e chineses de maior alcance.
Independentemente dos motivos alegados por Israel para o ataque, vários integrantes do governo israelense já vinham reafirmando o objetivo de enfraquecer o Hamas, que venceu as eleições legislativas palestinas de 2006 e controla a Faixa de Gaza desde 2007, quando expulsou o Fatah - grupo do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que controla a Cisjordânia - em meio a intensos conflitos entre as duas facções.
A proximidade das eleições israelenses - marcadas para 10 de fevereiro de 2009 - também não pode ser subestimada, como um dos fatores que influenciaram a decisão de lançar um ataque devastador contra os palestinos. A atual coalizão de governo, liderada pelo partido Kadima (da ministra de Relações Exteriores, Tzipi Livni), e pelo Partido Trabalhista (do ministro da Defesa Ehud Barak), vinha sendo ameaçada pela ascensão nas pesquisas do ex-premiê Benyamin Netanyahu, do Likud. Netanyahu e seus potenciais aliados da extrema direita pregavam uma reação dura contra os lançamentos de foguetes de Gaza.
Tzipi Livni afirmou que o objetivo de Israel é a derrubada do Hamas e prometeu que isso será feito caso seja eleita para o cargo de premiê. Netanyahu, o outro candidato favorito na disputa, adotou o mesmo discurso da chanceler e vem pedindo, desde o fim do cessar-fogo, que Israel reaja com dureza frente aos ataques do Hamas. Finalmente, no terceiro dia da ofensiva contra o território palestino, o vice-primeiro-ministro israelense, Haim Ramon, também declarou que o objetivo da ação seria destituir o Hamas do poder.
Na decisão de atacar Gaza, também pesou, segundo os analistas, a necessidade de Israel buscar restabelecer seu poder de dissuasão, depois do fracasso israelense no conflito de 2006, com o grupo xiita libanês Hizbollah - apoiado pelo Irã, principal inimigo de Israel. E, por fim, segundo os observadores, é preciso considerar a proximidade da posse de Barack Obama como novo presidente dos Estados Unidos. Obama vinha sendo instado a pressionar Israel a um acordo para a criação de um Estado Palestino em Gaza e na Cisjordânia. Ao atacar o Hamas, Israel pretenderia continuar impondo seu ritmo às negociações - que já se arrastam há 15 anos.
Israel e Hamas mantêm entre si relações tensas, principalmente desde que o Hamas venceu o Fatah nas eleições da Palestina. O Hamas declaradamente não reconhece a existência do Estado de Israel, embora tenha participado das eleições para o Parlamento Palestino, em 2006. A legislação eleitoral palestina, elaborada por Israel, exige dos partidos políticos, participantes do pleito, o reconhecimento de todos os acordos entre a Autoridade Nacional Palestina e Israel. Mesmo assim, em sua carta de fundação, o Hamas mantém uma cláusula claramente hostil à existência do Estado judeu. Em abril de 2008, o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter chegou a declarar que o Hamas estaria disposto a aceitar a existência do Estado de Israel desde que dentro das fronteiras existentes antes da Guerra dos Seis Dias, quando os israelenses anexaram Jerusalém Oriental, Faixa de Gaza, Cisjordânia e Colinas do Golã, e que um acordo nesse sentido fosse aprovado pelos palestinos. Mas o líder político do Hamas, Khaled Meshaal, desmentiu Carter.
O governo israelense, por sua vez, considera o Hamas um grupo terrorista. Mesmo depois de 2005, quando Israel realizou a remoção dos 8 mil colonos dos assentamentos israelenses em território palestino, na Faixa de Gaza, Israel continuava a controlar o espaço aéreo da Faixa, seu mar territorial e todos as passagens de fronteira. Era o início do bloqueio israelense, impedindo a entrada de alimentos, combustíveis, água e medicamentos.
Desde que o Fatah foi expulso de Gaza pelo Hamas, em junho de 2007, Israel impôs um bloqueio - com apoio do governo do Egito - ao território, visando sufocar o Hamas. Desde então, a fronteira com Israel permaneceu fechada e o território palestino, isolado, com graves consequências sobre a economia e as condições de vida da população palestina, que sofre com a escassez de água, energia, alimentos, combustíveis e remédios. O boicote econômico internacional tem aval dos Estados Unidos - principal aliado de Israel - e da União Européia, sob a alegação de que o Hamas não reconhece o Estado de Israel, não renuncia à violência e desconsidera os acordos firmados anteriormente por Israel e pela ANP.
A liderança do Hamas responsabiliza Israel pela crise humanitária em Gaza, dado que o governo israelense não cumpriu a sua parte no acordo de cessar-fogo e manteve o bloqueio econômico a Gaza, enquanto que as autoridades israelenses defendem o bloqueio como forma de isolar o Hamas e de impedir que militantes palestinos disparem foguetes contra cidades israelenses na fronteira. Tal estratégia, entretanto, revelou-se ineficaz pois, a partir de 19 de dezembro, quando expirou o cessar-fogo acordado em junho de 2008, centenas de foguetes palestinos caíram no sul de Israel, sendo a cidade de Sderot uma das mais atingidas.
Para alguns analistas internacionais, a ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza pode fortalecer os grupos mais extremistas no Oriente Médio e enfraquecer a imagem dos governos tidos como moderados pelo Ocidente, como são os casos de Egito e Arábia Saudita. Estes países são aliados dos Estados Unidos e recebem ajuda militar norte-americana. Mas para muitos árabes, os seus governantes são em sua maioria "ditadores" que não atendem a interesses do povo. Desde o final do conflito entre Israel e Hizbollah em 2006, grupos com discursos mais radicais contra o Estado judeu ganharam mais espaço e as populações começaram a notar a ineficiência de seus governos frente a Israel.
O maior prejudicado na ação militar pode ser a Autoridade Nacional Palestina, do presidente Mahmoud Abbas, controlada pelo partido Fatah, rival do Hamas. O presidente Abbas e seu governo vinham mantendo conversações de paz com Israel, mas que geraram frustrações nos palestinos que não viram a ocupação de Israel na Cisjordânia nem o bloqueio à Faixa de Gaza acabarem. Desacreditada, a Autoridade Palestina vinha sendo acusada de ser complacente demais com Israel e sem ter feito progressos consideráveis no estabelecimento de um Estado nacional palestino. Abbas ainda pode ter arranhando mais sua imagem após comentários de que o Hamas era o culpado pelo início do conflito em Gaza, discurso em sintonia com os aliados de Israel.