domingo, 31 de agosto de 2008

CHINA: DEPOIS DAS OLIMPÍADAS 2008


Depois dos Jogos, China volta seu foco para a economia


Após a realização das Olimpíadas, chineses querem manter o impressionante crescimento do país
Reuters



PEQUIM (China) - Os líderes chineses vão respirar aliviados quando a Olimpíada de Pequim terminar, podendo voltar sua atenção de volta para a economia, ávido para impedir uma desaceleração ou possível agitação.


Estabilidade segue sendo a palavra-chave do desenvolvimento no 60o aniversário da República Popular da China, no próximo ano. Reformas políticas que possam acabar com o monopólio do Partido Comunista no poder nem são consideradas."A Olimpíada demonstrou o sucesso do atual sistema e a determinação do Partido Comunista de não implementar reformas políticas. Não há razão para mudar", disse um comentarista político chinês que pediu para não ser identificado.O presidente Hu Jintao promete sustentar o rápido crescimento, enquanto a economia global enfraquece e a China luta com vários problemas, incluindo pressões inflacionárias, desigualdade de renda, corrupção, falta de energia elétrica e poluição.Alguns críticos têm comparado os Jogos de Pequim com a Olimpíada de Berlim, de 1936, prevendo que a nação mais populosa do mundo poderia se tornar um problema maior do que a Alemanha nazista. Os otimistas esperam que a China siga o exemplo da Coréia do Sul, sede dos Jogos de 1988, e se democratize.Nenhum dos cenários parece provável.A China tem procurado assegurar ao Ocidente que seu crescimento não vai se tornar um problema global e que não vai buscar a hegemonia na região. Os críticos não estão convencidos.Mas Hu carece das credenciais revolucionárias de Mao Tsé-Tung, fundador do comunismo na China."A China não tem o poder", disse Liu Junning, cientista político chinês. "Ainda existem muitos problemas, como a possibilidade de uma desaceleração no crescimento econômico".Hu desfez algumas políticas de força de seu antecessor, Jiang Zemin, melhorando as relações com o Japão, que ocupou brutalmente partes da China de 1931 a 1945, e com Taiwan, que a China reclama como parte de seu território desde a separação em 1949 por conta de uma guerra civil.


Depois de 30 anos de liberalização, os líderes chineses se comprometeram a continuar reformando a quarta maior economia do mundo, abrindo-a, embora seguindo os passos ditados pelo Partido.Para o povo chinês, a ampliação de liberdades individuais, desde o que comer e vestir, onde morar, liberdade para viajar, estudar e trabalhar, até com quem casar e quando ter filho -- coisas que já foram ditadas pelo Partido serão expandidas.


Mas o Partido não deve desafiar as próprias regras. Ele vai continuar apertando sua influência no Tibete em Xinjiang, assim como vão manter o controle sobre advogados, jornalistas e ativistas, e a Internet."A Olimpíada foi uma benção para seu desempenho, mas não fez nada pela sua legitimidade do processo", disse Liu, referindo-se ao método usado na China para escolher seus líderes.Mas nenhum líder vai assumir o risco de flertar com o modelo democrático do Ocidente.Mikhail Gorbachev pode ser um herói no Ocidente, mas ele é ridicularizado pelos líderes chineses por trair o comunismo e por ser responsável pela derrocada da União Soviética."Nenhum líder pode se dar ao luxo de ser visto cavando a sepultura do Partido", disse Kou Chien-wen, observador da China baseado em Taipé

sábado, 23 de agosto de 2008

Fome no Mundo....tem Solução?


Em 1974, durante a Conferência Mundial sobre Alimentação, as Nações Unidas estabeleceram que “todo homem, mulher, criança, tem o direito inalienável de ser livre da fome e da desnutrição...”. Portanto, a comunidade internacional deveria ter como maior objetivo a segurança alimentar, isto é, “o acesso, sempre, por parte de todos, a alimento suficiente para uma vida sadia e ativa”.


E isso quer dizer:
acesso ao alimento: é condição necessária, mas ainda não suficiente;
sempre: e não só em certos momentos;
por parte de todos: não bastam que os dados estatísticos sejam satisfatórios. É necessário que todos possam ter essa segurança de acesso aos alimentos;
alimento para uma vida sadia e ativa: é importante que o alimento seja suficiente tanto do ponto de vista qualitativo como quantitativo.

Os dados que possuímos dizem que estamos ainda muito longe dessa situação de segurança alimentar para todos os habitantes do planeta.

Quais são as causas?
A situação precisa ser enfrentada, pois uma pessoa faminta não é uma pessoa livre. Mas é preciso, em primeiro lugar, conhecer as causas que levam à fome. Muitos acham que as conhecem, mas não percebem que, quando falam delas, se limitam, muitas vezes, a repetir o que tantos já disseram e a apontar causas que não têm nada a ver com o verdadeiro problema. Por


exemplo:

A fome é causada porque o mundo não pode produzir alimentos suficientes. Não é verdade! A terra tem recursos suficientes para alimentar a humanidade inteira.
A fome é devida ao fato de que somos “demais”. Também não é verdade! Há países muito populosos, como a China, onde todos os habitantes têm, todo dia, pelo menos uma quantidade mínima de alimentos e países muito pouco habitados, como a Bolívia, onde os pobres de verdade padecem fome!

No mundo há poucas terras cultiváveis! Também não é verdade. Por enquanto, há terras suficientes que, infelizmente, são cultivadas, muitas vezes, para fornecer alimentos aos países ricos!


As verdadeiras causas

As causas da fome no mundo são várias, não podem ser reduzidas a uma só. Entre elas indicamos:

As monoculturas: o produto nacional bruto (pib) de vários países depende, em muitos casos, de uma cultura só, como acontecia, alguns anos atrás, com o Brasil, cujo único produto de exportação era o café. Sem produções alternativas, a economia desses países depende muito do preço do produto, que é fixado em outros lugares, e das condições climáticas para garantir uma boa colheita.


Diferentes condições de troca entre os vários países: alguns países, ex-colônias, estão precisando cada vez mais de produtos manufaturados e de alta tecnologia, que eles não produzem e cujo preço é fixado pelos países que exportam. Os preços das matérias-primas, quase sempre o único produto de exportação dos países pobres, são fixados, de novo, pelos países que importam.

Multinacionais: são organizações em condições de realizar operações de caráter global, fugindo assim ao controle dos Estados nacionais ou de organizações internacionais. Elas constituem uma rede de poder supranacional. Querem conquistar mercados, investindo capitais privados e deslocando a produção onde os custos de trabalho, energia e matéria-prima são mais baixos e os direitos dos trabalhadores, limitados. Controlam 40% do comércio mundial e até 90% do comércio mundial dos bens de primeira necessidade.



Dívida externa: conforme a Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a dívida está paralisando a possibilidade de países menos avançados de importar os alimentos dos quais precisam ou de dar à própria produção agrícola o necessário desenvolvimento. A dívida é contraída com os bancos particulares e com Institutos internacionais como o Fundo Monetário e o Banco Mundial. Para poder pagar os juros, tenta-se incrementar as exportações. Em certos países, 40% do que se arrecada com as exportações são gastos somente para pagar os juros da dívida externa. A dívida, infelizmente, continua inalterada ou aumenta.

Conflitos armados: o dinheiro necessário para providenciar alimento, água, educação, saúde e habitação de maneira suficiente para todos, durante um ano, corresponde a quanto o mundo inteiro gasta em menos de um mês na compra de armas. Além disso, os conflitos armados presentes em muitos países em desenvolvimento causam graves perdas e destruições em seu sistema produtivo primário.



Eis o que nos dizem as estatísticas:
- Há 800 milhões de pessoas desnutridas no mundo.
- 11 mil crianças morrem de fome a cada dia.
- Um terço das crianças dos países em desenvolvimento apresentam atraso no crescimento físico e intelectual.
- 1,3 bilhão de pessoas no mundo não dispõe de água potável.
- 40% das mulheres dos países em desenvolvimento são anêmicas e encontram-se abaixo do peso.
- Uma pessoa a cada sete padece fome no mundo.

Eis o que nos dizem as estatísticas:
- Há 800 milhões de pessoas desnutridas no mundo.
- 11 mil crianças morrem de fome a cada dia.
- Um terço das crianças dos países em desenvolvimento apresentam atraso no crescimento físico e intelectual.
- 1,3 bilhão de pessoas no mundo não dispõe de água potável.
- 40% das mulheres dos países em desenvolvimento são anêmicas e encontram-se abaixo do peso.
- Uma pessoa a cada sete padece fome no mundo.

Desigualdades sociais: a luta contra a fome é, em primeiro lugar, luta contra a fome pela justiça social. As elites que estão no governo, controlando o acesso aos alimentos, mantêm e consolidam o próprio poder. Paradoxalmente, os que produzem alimento são os primeiros a sofrer por sua falta. Na maioria dos países, é muito mais fácil encontrar pessoas que passam fome em contextos rurais do que em contextos urbanos.



Neo-colonialismo: em 1945, através do reconhecimento do direito à autodeterminação dos povos, iniciou o processo de libertação dos países que até então eram colônias de outras nações. Mas, uma vez adquirida a independência, em muitos continuaram os conflitos internos que têm sua origem nos profundos desequilíbrios sociais herdados do colonialismo. Em muitos países, ao domínio colonial sucederam as ditaduras, apoiadas pela cumplicidade das superpotências e por acordos de cooperação com a antiga potência colonial. Isso deu origem ao neocolonialismo e as trocas comerciais continuaram a favorecer as mesmas potências.

Quando um país vive numa situação de miséria, podemos dizer que, praticamente, todas essas causas estão agindo ao mesmo tempo e estão na origem da fome de seus habitantes. Algumas delas dependem da situação do país, como o regime de monocultura, os conflitos armados e as desigualdades sociais. Elas serão eliminadas, quando e se o mesmo país conseguir um verda-deiro desenvolvimento. Mas outras causas já não dependem do próprio país em desenvolvimento, e sim da situação em nível internacional. Refiro-me às condições desiguais de troca entre as várias nações, à presença das multinacionais, ao peso da dívida externa e ao neocolonialismo. Isso quer dizer que os países em desenvolvimento, não conseguirão sozinhos vencer a miséria e a fome, a não ser que mudanças verdadeira-mente importantes aconteçam no relacionamento entre essas nações e as mais industrializadas.

sábado, 16 de agosto de 2008

4°Desafio: Limpeza de Santa Maria - RS



Consciência não é tudo: A limpeza urbana e o recolhimento do lixo na cidade são alguns dos desafios do próximo prefeito. (Por:BIANCA BACKES - Diário de Santa Maria - RS)

Consciência ecológica é o que não falta na casa da economista Angela Maria do Nascimento, 36 anos, que mora em Camobi. Lá, como ela mesma faz questão de explicar, quase não se produz lixo. Tudo bem que basta estar vivo para produzir algo que não terá mais validade alguma e que vai parar em algum aterro sanitário ou na rede de esgoto. Mas, no lar de Angela Maria, o lixo se transforma em materiais que podem ser reaproveitados. Porém, não basta ter bons hábitos e ser consciente quando o poder público nem sempre funciona como aliado para resolver este tipo de problema.Quando o assunto é lixo e limpeza urbana, o próximo prefeito de Santa Maria terá um longo desafio pela frente, a começar pela coleta tradicional. Na maior parte dos bairros, como em Camobi, onde mora a economista, a coleta não é diária (ocorre três vezes por semana). Das 23 regiões mapeadas pela prefeitura para a coleta, aliás, apenas em três, o recolhimento é diário.Tudo bem que Angela Maria só dispense seus sacos com lixo não-reciclável nos dias em que há coleta. Mas, como nem todos os moradores estão informados sobre a periodicidade, a cena nas ruas do bairro, antes mesmo do caminhão da coleta passar, costuma ser bem desagradável. Sacos de lixo abertos, sujeira espalhada pelo chão por obra de cachorros que farejaram o cheiro dos alimentos, lixeiras de prédios e condomínios abarrotadas são alguns exemplos do que se pode encontrar pela frente. Há até quem pregue as sacolas com lixo orgânico em postes.Isso sem contar que o caminhão não tem um horário certo para passar. Na segunda-feira passada, quando a previsão da moradora era que os coletores passassem por volta das 7h30min, o recolhimento ocorreu apenas no fim da manhã. Falta divulgação e, pelo visto, regularidade também.
***
Seletiva bem seletivaPara evitar que os materiais recicláveis separados pelos moradores de Camobi acabem no aterro sanitário da cidade, o esforço precisa ser maior. Há cerca de um mês, teoricamente, o bairro teria passado a ser contemplado pela coleta seletiva. Mas Angela Maria não participa do projeto, apesar de separar o lixo de casa (inclusive, ela transforma restos de comida em adubo, enterrando o material na horta). Até porque quem quer participar é que tem de entrar em contato com a prefeitura. E as informações sobre o novo sistema - como o horário em que é feita a coleta - ainda não são repassadas ao usuário com clareza.Para piorar, o recolhimento é feito apenas uma vez por semana (veja o quadro). Para a economista, ele seria mais eficiente se o caminhão da coleta tradicional, que passa no bairro três vezes por semana, fosse acompanhado de um veículo para recolher apenas os resíduos recicláveis. Por isso, ela quer repassar o lixo que a família produz diretamente a algum catador.Quando ainda moravam em outro prédio, há três anos, também em Camobi, Angela Maria e o marido, o professor universitário Dalvan Reinert, 52 anos, tiveram uma experiência desagradável com uma coleta seletiva organizada pelo próprio condomínio. Ela conta que até o lixo seco causa mau cheiro quando acumulado por muitos dias, por causa de embalagens que não foram bem lavadas. Qualquer restinho de alimento é suficiente para atrair insetos.As embalagens de remédios da família de Angela Maria têm outro destino: vão para uma farmácia de manipulação do bairro que oferece descontos aos clientes que levam os recipientes usados. O material não é reutilizado pelo estabelecimento. A farmacêutica responsável, Marisa Simara Buriol Filipetto, 39 anos, explica que esterilizar os potes sairia muito caro. Eles são entregues a uma associação de catadores.
***
Faltam lixeirasEm uma cidade com 263 mil habitantes, como Santa Maria, o número de lixeiras públicas dispostas nas ruas deixa a desejar. A estimativa da prefeitura é que existam cerca de 200, concentradas no Centro. O resultado prático da falta de recipientes pode ser visto nas ruas e praças espalhadas pelo município: papéis, plásticos, copos e outros materiais jogados pelo chão. Nos bairros, ver sujeira no chão pode ser corriqueiro. No Centro, o problema fica ainda mais evidente antes das 6h, quando começa o trabalho das dezenas de garis.Para tentar compensar a falta de lixeiras, varredores passam o dia em praças e ruas centrais, e em algumas avenidas dos bairros. O trabalho de varrição começa às 6h, de segunda a sábado, e conta com 43 garis que trabalham pela Sulclean (empresa terceirizada) e sete presos que prestam serviços pelo Plano de Ação Conjunta (PAC) à prefeitura. O Calçadão, por exemplo, passa por diversas limpezas. Em casos de eventos em locais públicos, a atenção também é voltada para esses lugares. Mas os bairros, que já não contam com lixeiras públicas, também não têm esse serviço. A explicação do Executivo para a não-instalação de lixeiras é o vandalismo. Conforme a Secretaria de Proteção Ambiental, muitas lixeiras são incendiadas após sua instalação.
***
Contêineres são solução?O trabalho dos garis também não soluciona o excesso de sacolas plásticas com lixo acumuladas em alguns locais da cidade. À tardinha, em lugares como o canteiro da Avenida Rio Branco, a visão chega a ser deprimente: diversos pacotes com resíduos ficam empilhados até a coleta.A expectativa é que o problema seja resolvido ou minimizado com a instalação de contêineres no Centro para a coleta dos resíduos domésticos. Com o novo sistema, previsto para funcionar até outubro, moradores poderão depositar os seus sacos de lixo nos recipientes a qualquer hora. Os contêineres terão o tamanho de um carro e serão instalados em vagas de estacionamento. A intenção é estender o sistema aos bairros, com o tempo. Mas, inicialmente, a tentativa de solução será apenas no Centro.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

3° Desafio: Iluminação de Santa Maria - RS



Sob a luz da lua

Dupla de estudantes enfrenta, todas as noites, ruas mal iluminadas para voltar da escola

São 21h55min de uma segunda-feira. Os estudantes Michele Isabel Alves Cavalheiro, 18 anos, e William Luis Almeida de Oliveira, 17, deixam a Escola Estadual Naura Teixeira, localizada na Rua João Franciscatto, bairro São José, onde cursam o 1º ano do Ensino Médio. É hora de voltar para casa, após o primeiro dia de aula depois das férias de inverno. Então, eles começam a percorrer um caminho de trevas até a Vila Maringá. Boa parte do trajeto é feita em meio à escuridão. Assim como os dois estudantes, outros tantos moradores dos quatro cantos de Santa Maria devem enfrentar o mesmo problema para estudar ou trabalhar à noite. Cabe ao futuro prefeito o desafio de melhorar a qualidade da iluminação pública.William e Michele enfrentam o breu logo na saída da escola. Ao entrarem na Rua Antônio Ignácio de Ávila, começa a bater o medo. Dos 24 postes espalhados em cerca de um quilômetro, só há luz em seis. À noite, a rua fica deserta. O silêncio é quebrado eventualmente.


- Quase não passa carro neste horário. Há dias que a gente fica rezando para passar um - conta Michele.Em alguns trechos da Antônio Ignácio de Ávila, é tão escuro que os estudantes se tornam dois vultos no meio da via de chão batido. Ao passarem pelo trecho cercado por um campo de um lado e mato de outro, a dupla aperta o passo.- Eu ando sempre no meio da rua quando é escuro.
Aqui não tem para onde correr - diz William, apontando para o campo.Depois de 24 minutos caminhando pelo chão batido da Antônio Inácio de Ávila, os estudantes começam a percorrer a parte de calçamento.


Eles estão em frente à Sociedade de Medicina de Santa Maria.- Aqui é o único lugar seguro - comenta William, referindo-se à boa iluminação e ao vigia do local.- Depois daqui (Sociedade de Medicina), se acontecer alguma coisa com a gente, ninguém vai saber - afirma Michele, angustiada.A estudante, que durante o dia trabalha de doméstica, refere-se ao próximo trecho a ser percorrido: escuro e sem casas por perto - a única diferença é o calçamento - até chegar à RSC-287. Nos dias de tempo fechado, William e Michele não contam nem com a companhia das estrelas.
Os dois colegas nem sempre voltam juntos. Muitas vezes, William vem sozinho. Michele vem com uma amiga e, no dia em que não tem companhia, fica em casa. Enquanto contam sobre as noites no percurso, o caminho vai encurtando. O barulho e os faróis dos carros indicam que a RSC-287 está perto. Às 22h30min, Michele e William cruzam a rodovia. Há mais de um quilômetro ainda a ser percorrido.


No começo da Estrada Eduardo Duarte, que leva à Vila Maringá, os estudantes têm uma agradável surpresa: no retorno às aulas, o trecho está bem mais iluminado. Há seis lâmpadas funcionando.- Antes, eram só duas - relembra William.Os dois seguem o caminho de casa. O único barulho é do balançar das taquareiras. E é justamente nesse ponto que dá mais pavor nos estudantes. Eles nunca tiveram problema ali, mas sabem que o lugar é perigoso e já foi cenário de assaltos, especilamente ataques a mototaxistas. O bom é que Michele e William estão mais perto de casa. Às 22h45min, os dois já caminham pela Rua A da Vila Maringá. É mais um trecho com pontos na penumbra. Na entrada da rua, há seis postes que não estão funcionado. O restante está iluminado. Logo, a angústia dos estudantes deve terminar, e a da famílias que os aguardam também.- A minha mãe fica preocupada. Eu ligo do orelhão perto da escola avisando que estou descendo - diz William.
Não há linha de ônibus para a vila
Enquanto percorrem mais uma rua da Maringá, entre trechos claros e escuros, os estudantes contam que chegaram a pensar em contratar uma van para buscá-los na Naura Teixeira. São sete estudantes da vila que freqüentam a escola à noite, e não há ônibus até a Maringá. Michele e William dobram na Rua Hilda Berleze. A via está iluminada, e a casa de William já pode ser vista. Às 22h47min, ele chega ao portão da residência, completando 2,2 quilômetros. O padrasto do estudante, Valmir Rodrigues, joga a chave pela janela. É mais uma noite de preocupação que se vai para a família de William.Já a família com quem Michele mora terá de aguardar mais um pouco. Ela ainda tem mais um pedaço de rua para caminhar. Agora, sozinha. Corajosa, atravessa um campinho em meio à escuridão para encurtar a distância. Sua casa está a alguns metros do campo. Às 23h, Michele termina o trajeto de 2,7 quilômetros, entrando no pátio da residência. Agora, o alívio é da família com quem ela mora.Uma das prioridades do futuro prefeito de Santa Maria deverá ser iluminar o caminho das Micheles, dos Willians, dos Joãos e das Marias, para que possam se sentir mais seguros ao cruzarem as ruas. Também para que os pais possam ficar menos apreensivos a cada noite que os filhos saem de casa.


Consertos são feitos por regiões


Hoje, Santa Maria tem 18.972 pontos de iluminação, nas oito regiões da cidade e nos nove distritos. Em média, o setor de iluminação pública da Secretária Municipal de Obras e Serviços Urbanos recebe 15 pedidos de conserto por dia. A Região Leste, formada pelo bairro Camobi, é uma das que mais fazem reclamações. Junto, aparece como campeã de queixas a Zona Oeste.- São regiões que têm mais pontos de luz na cidade - explica o eletrotécnico da prefeitura, Clovis Milani.A maior quantidade de pontos de luz está no Centro. Segundo Milani, porém, há menos reclamações, uma vez que as lâmpadas instaladas nessa área têm maior durabilidade. Para cada pedido de conserto que chega à Secretaria de Obras e Serviços Urbanos, é feito um protocolo, constando o dia da reivindicação. Já a data para a reclamação ser atendida é incerta.- Pode levar 10, 20 ou até 30 dias - diz o diretor de iluminação da secretaria, Valdir Schmidt.Em julho, foram recebidos 495 pedidos de consertos de luminárias. As reivindicações são guardadas em pastas da região a que pertencem. À medida que é realizada a troca de lâmpadas, os pedidos vão sendo retirados das pastas.


O diretor de iluminação diz que a prioridade é para os consertos por regiões e não de ruas isoladas com uma única lâmpada queimada, por exemplo.Boa parte do trabalho hoje, segundo Schmidt, é feita em parceria com as associações comunitárias. Os líderes comunitários fazem o levantamento das lâmpadas queimadas de seus bairros, encaminhando-o à prefeitura. A parceria serve para agilizar o conserto. Desde o começo do ano, o setor soma mais de 6,6 mil consertos. Para atender às reclamações ao longo de 2008, a prefeitura fez a compra de lâmpadas e outros equipamentos estruturais, no valor de cerca de R$ 700 mil. Só de lâmpadas, foram encomendadas 6,5 mil. No momento, de acordo com o diretor de iluminação pública, não há falta de estoque.

domingo, 10 de agosto de 2008

Rússia invade a Geógia


Rússia ataca aeroporto internacional da capital da Geórgia O aeroporto foi atingido a 200 metros da pista. Os russos atacaram também um aeroporto militar e uma planta de construção de aeronaves na periferia da capital da Geórgia, acrescentou o ministro.
A ofensiva ocorreu horas após a Geórgia afirmar que havia deixado Tskhinvali, capital da região separatista da Ossétia do Sul, onde forças russas e georgianas se enfrentaram em duros combates nos últimos três dias.

Em Tskhinvali, cerca de 15 explosões de grande intensidade foram ouvidas neste domingo, segundo a equipe de televisão da Reuters.
A Geórgia anunciou neste domingo que havia interrompido os ataques e pediu negociações com a Rússia para um cessar-fogo completo e para "o fim das hostilidades".
Exigência russa.


O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, disse neste domingo que a Geórgia deve retirar incondicionalmente suas forças da zona de conflito na região separatista da Ossétia do Sul, informaram agências russas de notícias. De acordo com as agências, Medvedev disse ao presidente francês Nicolas Sarkozy pelo telefone que Tbilisi também deve assinar imediatamente um compromisso formal de não atacar a Ossétia do Sul.

Mais cedo, a Geórgia anunciou a interrupção das atividades militares na zona do conflito, e disse estar buscando negociações para um acordo formal de cessar-fogo com a Rússia.
ConflitoA Rússia invadiu com tropas e tanques a pequena Geórgia após a tentativa de Tbilisi na quinta-feira à noite de retomar a Ossétia do Sul, uma pequena província pró-Rússia que se separou da Geórgia nos anos 90.

A crise, que se agravou rapidamente, alarmou os Estados Unidos, o principal aliado da Geórgia, e gerou tensões entre os investidores na Rússia, que venderam ações e dinheiro na sexta-feira temendo que o conflito se intensificasse.

As autoridades russas disseram que o número de mortos no combates que começaram na quinta-feira chega a 2.000. A Geórgia disse na sexta-feira haver até 300 pessoas mortas, a maioria civis.

EUA: A Casa Branca lamentou a ação militar russa, que incluiu bombardeios em pelo menos três alvos na Geórgia fora de Ossétia do Sul. James Jeffrey, assessor para assuntos de segurança nacional do presidente George W. Bush, disse em Pequim - onde o presidente participava da abertura das Olimpíadas - que as ações de Moscou podem ter um "impacto significativo de longo prazo" nas relações.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Lei N° 11.662, de 24/04/2008 modifica a quantidade de fusos horários no Brasil


Por que estudar Fusos Horários?

Porque a hora não é a mesma em todos os lugares do mundo. Nas olimpíadas de Pequim, na China em 2008 os jogos estarão acontecendo em um horário, serão assistidos em tempo real no Brasil em outro horário. Quando são 9 horas da manhã em Brasilia, são 20 horas em Pequim, na China e 21 horas em Tóquio, no Japão e assim ocorre com qualquer outra localidade do mundo.


Por que ?
Isso acontece porque a definição do tempo esta relacionado com o movimento de rotação da Terra e o movimento aparente do sol, enquanto uma região da Terra esta iluminada a região oposta esta na escuridão. Isto significa que estas regiões estão em diferentes fusos horários e o estudo deste tema permitirá a compreensão destes fenômenos.


Fusos Horários: 1 FH = 1 hora = 15º de Longitude= 15 meridianos
Imagine uma volta em torno da Terra e estarás dando uma volta de 360°, para dar esta volta sobre si mesma a Terra leva 24 horas, logo 360° ÷ 24 horas = 15° . Portanto cada fuso horário corresponde a uma faixa de 15º, onde são numerados desde o fuso zero, seguido de mais 12 fusos para o leste (+) e 12 para oeste (-).Meridiano de Greenwich (GMT)O Meridiano de Greenwich ou primeiro meridiano (0°), uma linha imaginária no centro do fuso zero, ficou definido na Conferência do Meridiano como referência da hora oficial mundial, ou hora GMT ( Greenwich Meridian Time ). Logo o Meridiano de Greenwich é o que passa no ponto médio (no meio) do fuso , observe que soma de 7,5º a leste de Greenwich com 7,5º a oeste, corresponderá aos 15º ou um fuso, definindo o Meridano de Greenwich, como fuso zero.

Observação: A partir de 1986, a hora GMT foi substituído pelo UTC - Universal Time Coordinated que é uma mensuração baseada em padrões atômicos e não na rotação da Terra .Sistema de Fusos Horários - 24 Fusos HoráriosForam definidos então 12 fusos a leste do fuso zero, para cada fuso corresponde a 1 hora a mais. No outro sentido 12 fusos a oeste do fuso zero, para cada fuso corresponde a redução de 1 hora. 12 fusos a leste, somado com os 12 fusos a oeste, do fuso zero (Greenwich), totaliza 24 fusos.

O Brasil e o Meridiano de Greenwich de acordo com a lesgilação antiga











O território brasileiro está localizado a oeste do Meridiano de Greenwich (fuso zero), abrangendo o fuso -2, fuso -3, fuso -4 e o fuso -5, isto quer dizer que em virtude da sua grande extensão territorial há sob o território brasileiro (continental e oceânico) 4 fusos horários, com regiões apresentando desde 2 horas, até 5 horas de atraso em relação a Greenwich(fuso zero). Portanto todo horário sob território brasileiro é atrasado em relação a hora GMT ou UTC.

De acordo com a Lei N° 11.662, de 24/04/2008 modifica a quantidade de fusos horários no Brasil




O território brasileiro está localizado a oeste do Meridiano de Greenwich (fuso zero), abrangendo o fuso -2, fuso -3 e fuso -4 (não existe mais o fuso -5), isto quer dizer que em virtude da sua grande extensão territorial, em vez de quatro fusos, agora passa a ter a partir desse decreto 3 fusos horários. O primeiro fuso (-2 horas GMT) sobre as ilhas oceânicas e mais 2 fusos (-3 e -4 horas em relação a GMT) sobre o território Brasileiro. O horário de Brasília (horário oficial brasileiro) continua -3 horas em relação ao GMT. Portanto todo horário sob território brasileiro é atrasado em relação a hora GMT ou UTC. A imagem mostra a nova configuração dos fusos sobre o território brasileiro de acordo com a nova legislação.

domingo, 3 de agosto de 2008

CHINA: Revolta da Paz Celestial - 1989





O Protesto na Praça da Paz Celestial (Tian'anmen) em 1989, mais conhecido como Massacre da Praça da Paz Celestial, ou ainda Massacre de 4 de Junho consistiu em uma série de manifestações lideradas por estudantes na República Popular da China, que ocorreram entre os dias 15 de abril e 4 de junho de 1989. O protesto recebeu o nome do lugar em que o Exército Popular de Libertação suprimiu a mobilização: a praça Tiananmen, em Pequim, capital do país. Os manifestantes (em torno de cem mil) eram oriundos de diferentes grupos, desde intelectuais que acreditavam que o governo do Partido Comunista era demasiado repressivo e corrupto, a trabalhadores da cidade, que acreditavam que as reformas econômicas na China haviam sido lentas e que a inflação e o desemprego estavam dificultando suas vidas. O acontecimento que iniciou os protestos foi o falecimento de Hu Yaobang. Os protestos consistiam em marchas (caminhadas) pacíficas nas ruas de Pequim.


Devido aos protestos e às ordens do governo pedindo o encerramento dos mesmos, se produziu no Partido Comunista uma divisão de critérios (opiniões) sobre como se deveria responder aos manifestantes. A decisão tomada foi suprimir os protestos pela força, no lugar de atender suas reivindicações. Em 20 de maio, o governo declarou a lei marcial e, na noite de 3 de junho, enviou os tanques e a infantaria do exército à praça de Tiananmen para dissolver o protesto. As estimativas das mortes civis variam: 400 a 800 Segundo o The New York Time), 2 600 (segundo informações não identificadas da Cruz Vermelha chines e sete mil (segundo os manifestantes). O número de feridos se estima entre sete mil e dez mil. Diante da violência, o governo empreendeu um grande número de arrestos para suprimir os líderes do movimento, expulsou a imprensa estrangeira e controlou completamente a cobertura dos acontecimentos na imprensa chinesa. A repressão do protesto pelo governo da República Popular da China foi condenada pela comunidade internacional.



No dia 4 ocorreu a cena mais conhecida dos eventos: foi tirada a fotografia vencedora do World Press Photo de 1989, na qual é mostrada um jovem estudante parado no meio de uma avenida detendo a fileira de tanques que circulava por ela, em frente à porta da Cidade Proibida, até ser puxado. Ainda, sua foto, estampou manchetes mundo afora e ganhou o Prêmio Pulitzer em 1990. Até hoje não se sabe o nome do rapaz, apelidado "Homem-tanque" ou "Rebelde Desconhecido", eleito pela Time como uma das pessoas mais influentes do século XX.

sábado, 2 de agosto de 2008

Desafio nº 2: Ensino público em Santa Maria - RS


Melhorar o ensino público é um desafio a quem governar a cidade Santa Maria - RS. Entre os problemas está a falta de estrutura em algumas escolas

Texto: Fernanda Mallmann (Diario de Santa Maria, 2 /08/ 2008)

O prefeito que tomar posse no dia 1º de janeiro do próximo ano já pode colocar na sua agenda de compromissos o seguinte recado: "Devolver a esperança para a Deise". Os três candidatos que estão na disputa pela prefeitura de Santa Maria provavelmente não conhecem Deise Stefanie da Rosa Trindade, 12 anos, aluna do 7º ano da Escola Municipal Professor Sergio Lopes, na Vila Renascença. Mas Deise tem muito a ensinar. Estudante de escola pública, ela conhece bem as dificuldades do ensino que não é pago.Não será fácil convencer Deise que as escolas públicas podem viver outros tempos. Ela é estudante do mesmo colégio municipal desde a pré-escola, o que lhe dá autoridade para falar dos problemas. Ainda cedo, Deise começou a perceber que o ensino público é deficiente. Quando criança, a pracinha da sua escola, que fica às margens do Arroio Cadena, já era precária.


Hoje, os mesmos brinquedos continuam no pátio da Sergio Lopes, ainda mais danificados do que na sua infância.- No mínimo, deveria ter uma boa pracinha para as crianças em cada colégio - diz Deise.As séries passaram, e a escola de Deise praticamente parou no tempo. O prédio não foi ampliado nem recebeu melhorias de infra-estrutura. Nas seis salas de aula que atendem aos 150 alunos nos turnos da manhã e da tarde, o assoalho é ruim. Toda vez que o parquê estraga, os buracos são cobertos com cimento, porque sai mais barato. Uma medida de economia necessária diante da escassez de recursos. Em 2003, foi aprovada a Lei de Autonomia Administrativa, que estabelece, entre outras coisas, a liberação de uma verba em dinheiro, calculada com base no número de alunos, para cada escola municipal. Para a Sergio Lopes, o recurso fica em cerca de R$ 450 mensais.- Com esse dinheiro, só pagamos a água, a luz, a merenda e os funcionários. O restante todo tem de ser pago com essa verba: a fechadura que precisa ser trocada, os consertos gerais, o gás, os produtos de limpeza, o material pedagógico, tudo. Nossa escola é antiga e sempre precisa de reparos. Acaba sendo um valor muito baixo - diz a diretora, Liris Maria Diefthaler.Como seria bom ter laboratórioO recurso limitado também não permite outras melhorias. A disciplina de educação física é feita em um campo, ao lado do prédio da escola. Como a área não é coberta, os alunos só podem praticar o esporte proposto pelo professor quando há tempo bom e o campo está seco. A falta de uma área fechada dificulta ainda a hora do intervalo. Quando chove, os alunos precisam ficar na sala de aula ou no corredor.Infra-estrutura falta também a outras disciplinas. A Sergio Lopes, apesar de atender crianças da pré-escola até adolescentes do 9º ano, não tem um laboratório de ciências. Conforme a direção da escola, quando o professor quer fazer uma atividade diferente, precisa trazer o material de casa. A mesma solução se aplica às aulas de artes. A condição faz com que sobrem expectativas, mas sem chances de serem atendidas.- Eu nunca vi um laboratório de ciências, mas acho que é um lugar onde se faz experiências.


Uma vez a minha professora trouxe um microscópio para a aula para a gente ver as bactérias, e isso foi muito legal - lembra.Mas, mais do que laboratórios, Deise, estudante que gosta de ler, ressente-se da falta de uma biblioteca. Não que a escola não tenha livros. Eles existem, embora a direção não saiba informar quantos são, pois não há bibliotecário na escola para catalogá-los. No entanto, o acervo está guardado em uma estante, que fica dentro do salão de festas da escola, onde também já estão o refeitório e uma sala de aula de turma da pré-escola improvisada. Por isso, a biblioteca não é um local onde o estudante pode sentar e pesquisar. Ela é apenas um local para a troca de livros, uma vez a cada semana.Para Deise, o quadro geral da sua escola e das outras que se encontram em situação parecida pode mudar.- O que precisa é o governo colocar dinheiro na educação. Eu gosto da minha escola, mas acho que ela poderia ser melhor - reflete.De olho no futuroDeise, que se orgulha das notas boas no boletim e de nunca ter repetido um ano na escola, ainda estudará dois anos na Sergio Lopes. Tempo para que o novo prefeito mostre que é possível oferecer uma escola melhor para quem não tem condições de pagar o ensino particular. Filha de pedreiro e dona-de-casa, depois, ela pretende fazer Ensino Médio, que também precisará ser em escola pública. Mais tarde, Deise sonha com a faculdade. Ela quer ser professora.- Desde pequenininha, eu tenho esse sonho. Quero ser professora de crianças pequenas para ensinar direitinho as coisas básicas que se precisa saber bem para ir para outras séries.Como estudante ou futura professora, Deise deve continuar sendo uma fiscal da educação.(Des)Inclusão digitalUm dos maiores desafios para os novos governantes será a inclusão digital. E, por meio dela, a modernização do ensino em relação àquele que era oferecido há cerca de 10 anos, quando computadores e Internet ainda não estavam incorporados ao dia-a-dia das pessoas. Especialmente em escolas de periferia, onde as comunidades são pobres, se os estudantes não tiverem contato com a informática na escola, correm o risco de serem adultos a engrossar a lista dos analfabetos digitais.Na maior parte das escolas municipais, os estudantes se formam no Ensino Fundamental sem nunca terem tocado num computador. Segundo o Sindicato dos Professores de Santa Maria (Sinprosm), das 80 escolas de Santa Maria, apenas 28 têm laboratório de informática.Na escola onde Deise estuda, a Sergio Lopes, há uma sala fechada que professores e alunos esperam ver se tornar um laboratório de informática. No local, estão teclados, monitores e CPUs cobertos por panos. Se montados, podem formar três computadores. A escola recebeu o material de doações. Agora, o desafio é reunir as economias da escola para conseguir a instalação das bancadas e da parte elétrica.A intenção da direção da Sergio Lopes, depois que a sala estiver completa, é conseguir levar a Internet para o colégio e deixar os computadores à disposição dos alunos para pesquisas. A comunidade da Renascença também será beneficiada.No que diz respeito à merenda, a escola ganha R$ 650 para preparar a refeição que os alunos recebem no intervalo. O recurso, conforme a direção, não é alto, mas é suficiente. Como na Sergio Lopes, nas demais escolas municipais todos os alunos têm direito à merenda. O valor repassado mensalmente a cada colégio é baseado no número de estudantes. Conforme o Sinprosm, as escolas têm recebido sem atraso.