sábado, 13 de dezembro de 2008

CLIMA: ENCONTRO MUNDIAL EM POZNAN



Entre 1º e 12 de dezembro, será realizado, na cidade de Poznan, na Polônia, a 14º encontro da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC, na sigla em inglês).
A reunião marca a metade do caminho traçado em 2007, em Bali, na Indonésia, e vai ser essencial que os países superem impasses que ainda atravancam as negociações por um novo acordo sobre emissões de gás carbônico.
Na reunião do grupo de 2007, 190 países aprovaram o chamado "Mapa do Caminho", que traça uma rota de negociações até 2009, quando o encontro da ONU sobre mudanças climáticas acontece em Copenhage, na Dinamarca.
Esse foi o prazo fechado entre os participantes da reunião de Bali que concordaram em concluir o projeto para um substituto ao Protocolo de Kyoto, o atual acordo internacional sobre emissões de gases do efeito estufa, que vence em 2012.
Abaixo a BBC Brasil reponde algumas das questões que cercam o encontro.
O que é essa reunião na Polônia?O encontro em Poznan é a 14º reunião anual do grupo da ONU chamado de Convenção das Partes (COP, na sigla em inglês).
Esse grupo é a instância decisória da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança Climática, nome dado ao tratado que surgiu depois da Rio 92, a conferência da ONU que reuniu líderes do mundo todo no Rio de Janeiro em 1992 para discutir as mudanças no clima.
O acordo entrou em vigor dois anos depois da conferência do Rio e prevê que todos os 192 países signatários vão trabalhar para "enfrentar os desafios do aquecimento global".
Ele prevê também que os países troquem informações sobre a emissão dos chamados gases do efeito estufa, criem estratégias para conter essas emissões e cooperem na preparação de políticas para se adaptar ao aquecimento da Terra.
O que deve ser discutido em Poznan?Como o esqueleto das negociações para um substituto do Protocolo de Kyoto foi acertado em Bali, a reunião da Polônia em tese seria apenas um degrau de passagem, para acertar um cronograma detalhado até Copenhague.
No entanto, a crise econômica mundial pode abalar este planejamento.
Nos últimos meses, governantes de países europeus como a Alemanha, França e os próprios anfitriões poloneses já deram sinais de não estarem dispostos a manter as pressões por metas ambiciosas de redução de emissões, entre outros avanços.
O que mudou de Bali para cá?No ano passado, o encontro da ONU aconteceu menos de um mês depois de o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), também da ONU, apresentar as suas conclusões finais sobre o que está acontecendo com o clima global e qual a influência do homem.
O documento foi o mais incisivo já produzido pelo painel científico desde sua criação, em 1988. Com isso, a pressão internacional por avanços na proteção do planeta ganhou um empurrão extra.
O painel afirmou que é "muito provável" (ou seja, com mais de 90% de certeza) que o aquecimento global está sendo influenciado pela ação humana e que os impactos dessa mudança podem ser "irreversíveis" caso os governos não tomem medidas concretas.
Para a reunião em Poznan, existe grande expectativa sobre o impacto do novo governo americano sobre as negociações, já que - ao contrário dos europeus - o presidente eleito Barack Obama já afirmou ver na crise econômica uma oportunidade e não um obstáculo para avançar no combate à mudança climática.
Depois de oito anos de governo George W. Bush que variaram entre a negação do papel do homem no aquecimento global e, mais recentemente, uma aceitação resignada, uma nova postura americana pode preencher o vácuo de liderança que a União Européia parece estar disposta a criar.
No entanto, é importante lembrar que a equipe de negociações americana ainda será formada por representantes de Bush - os mesmos que foram vaiados na reunião de Bali por dificultar o consenso.
Quais são os principais temas em pauta?A discussão sobre metas foi e segue como um dos assuntos mais difíceis na mesa de negociações.
Desde a conferência do Rio, em 1992, os países industrializados concordaram em tomar a iniciativa no combate às emissões de gás carbônico. O protocolo de Kyoto concretizou este compromisso ao criar metas até 2012.
Para um acordo em Copenhague, a expectativa é que também países em desenvolvimento (que hoje já respondem por cerca de metade das emissões no mundo) se comprometam a reduzir as suas emissões no futuro.
O IPCC recomendou metas de redução de 25% a 40% até 2020.
Se o assunto já era polêmico, em tempos de crise econômica mundial e risco de recessão, ficou ainda mais difícil.
Se os países ricos não mostrarem determinação neste sentido, dificilmente os países em desenvolvimento como o Brasil vão querer adotar metas obrigatórias para redução, o que pode inviabilizar um acordo pós-Kyoto.
Desmatamento
Em Bali, os países em desenvolvimento comemoraram a inclusão, pela primeira vez, de um artigo que cita o desmatamento e a degradação de florestas (REDD, na sigla em inglês) nas negociações sobre mudança climática.
Para o Brasil, este é um ponto vital, já que 75% das emissões brasileiras vem de incêndios e queimadas.
Em todo o planeta, o desmatamento responde por cerca de 20% das emissões de gases.
Em Poznan, devem ser discutidas opções de mecanismos e financiamentos para viabilizar a preservação de florestas no acordo que deve ser fechado em Copenhague.
No entanto, os temores de recessão podem afetar também neste ponto a disposição de investimento dos países ricos.
Tecnologias mais verdes
Um dos principais mecanismos criados pelo Protocolo de Kyoto é o de Desenvolvimento Limpo, conhecido pela sigla MDL.
O sistema prevê investimentos de países ricos em projetos de redução de emissões nos países em desenvolvimento em troca de créditos nas metas assumidas pelos países desenvolvidos.
Até Copenhague, espera-se que o mecanismo seja aperfeiçoado de forma a garantir que os investimentos em MDL realmente levem a uma diminuição extra nas emissões.
Atualmente, o Brasil é o terceiro país com mais projetos de MDL, atrás apenas da China e da Índia, a grande maioria deles nas áreas de geração de energia hidrelétrica e suinocultura.
Em Poznan, devem ser discutidas formas de avançar em investimentos que permitam o crescimento dos países pobres sem um aumento de emissões.
Porém, mais uma vez, diante do aperto da crise e com o preço do petróleo batendo recordes de baixa, muitos acreditam que será difícil convencer os países desenvolvidos a investir em novas tecnologias mais sustentáveis.
Além disso, espera-se que os países desenvolvidos avancem na transferência de novas tecnologias para incentivar o desenvolvimento limpo nos países mais pobres.
Adaptação
Para alguns países, o assunto mais importante em pauta na Polônia será o das formas de adaptar e mitigar os efeitos do aquecimento global.
Em várias partes do mundo, a mudança climática já deixou de ser uma ameaça e se transformou em realidade.
Para governos como o de Bangladesh e de várias ilhas no Pacífico, é vital que as negociações de Poznan avancem no que diz respeito a formas de aliviar o sofrimento provocado por inundações, perda de território, secas prolongadas e outras conseqüências da mudança climática.
Neste sentido, um dos resultados mais aguardados da conferência na Polônia vai ser a regulamentação final do Fundo de Adaptação criado no Protocolo de Kyoto, para que ele possa começar a financiar projetos já em 2009.

domingo, 30 de novembro de 2008

(Brigada Militar) BRASIL: 2º Reinado - Fim a Velha Repúlica

SEGUNDO REINADO (1840 - 1889)

- Disputa entre liberais e conservadores; fraudes eleitorais, rebeliões, alternãncia sistemática no poder.

PARLAMENTARISMO
- Instituído e m20/07/1847 - não chega a enfraquecer o poder do imperador;
- Sistema viciado, que funcionava sob constantes fraudes e artimanhas eleitorais;
- Durante o Segundo reinado, alternaram-se 36 gabinetes, entre liberais e conservadores.

REVOLUÇÃO PRAEIRA (1848- PE)
- Conservadores e liberais se alternando no poder, tal qual a esfera federal; Província dominada por duas ou três famílias;
- " Terceira Força" na provícia: grupo de liberais radicais, com fortes tendências democráticas, aglutinados em torno do Jornal Diário Novo - grupo com Plena consciência aos maléficios causados pelo latifúndio;
- Movimento influenciado pelo "Manifesto do Partido Comunista";
- Rebelião eclode após o grupo de liberais radicais Ter chegar ao poder; participação popular; derrota frente às tropas federais.

Legislação:
- Decreto Bill Aberdeen (1845): Inglaterra decretava o direito da marinha britânica para o ataque ao navios negreiros;
- Lei Eusébio de Queirós (1850: O Brasil suspende o tráfico de escravos;
Tais medidas aguçaram a crise da mão-de-obra, influíram na migração para o Brasil, e além disso, provocaram uma avanço para idéias abolicionistas.


Política Externa:
- Uruguai (1851) e Argentina (1852): Manuel Oribe, do partido branco (apoiado pela Argentina) vence as eleições na disputa com o Partido Colorado (apoiado pelo Brasil). Os colorados voltam ao poder por uma rebelião. Oribe, junto com Rosas (governadores de Bueno Aires) arma a resist~encia. O Império brasileiro invade o Uruguai e lá coloca um governo atrelado aos seus interesses. Na Argentina, Urquiza torna-se presidente.
- Uruguai (1864): Nova vitória dos Blancos (Aguirre), ameaça de guerra civil. Intervenção brasileira que depõe Aguirre e impõe, novamente, um governo ligado aos seus interesses (Flores, em 1865).
- Questões Christie (1861 - 1865): Incidentes diplomáticos dificultando a relação Brasil-Inglaterra, que só foi normalizada em 1805 - interessava aos ingleses que a diplomacia fosse retarda para que se pudessem negociar armas para a guerra do Paraguai.
- Guerra do Paraguai (1865-1870): Paraguai com desenvolvimento independente da Inglaterra. Descontentamento inglês. Presidentes paraguaios; Gaspar Francia; Carlos Lopez e Solano Lopez. Disputas territoriais com o Brasil servem de desculpa para início das agressões. Tríplice Aliança (Brasil, Uruguai e Argentina) arquitetada contra o Paraguai. Manipulação inglesa sobre os agressores de Solano Lopez. Ao fim da guerra, o Paraguai e Argentina) arquitetada contra o Paraguai. Manipulação inglesa sobre os agressores de Solano Lopez. Ao fim da guerra, o Paraguai está destrído, sua população foi dizimada e seu projeto autônomo encerrado. Os "vencedores" devem os tubos para a Inglaterra, e herdam crises de difícil resolução após os conflitos no campos de batalha.

Queda da Monarquia:
a) Questão Abolicionista:
-1850 - Lei Eusébio de Queirós: 1866 - Liberdade aos escravos que lutaram na Guerra do Paraguai; 1885 - Lei dos Sexagenários; 1888 - Lei Áurea;
- Latifundiário não aceitaram o fim da escravidão, entretanto em conflito com a monarquia.
b) Questão Republicana:
Fundação do Partido Republicano Paulista (Composto por fazendeiro do Oeste paulista, e contando com o apoio de muitos militares). Idéias republicanas passam a se espalhar pelo Brasil;
- influência do positivismo nos partidos republicanos.
C) Questão religiosa:
- Interferência do Império na disputa Igreja x Maçonaria.
- PADROADO
d) Questão Militar:
- Vitória brasileira na Guerra do Paraguai aguçando a consciência dos militares, que passam a opinar sobre o processo político e reivindicar melhores condições de trabalho;
- Ruptura entre a monarquia e os militares - muitos destes acabaram por engrossar as fileiras dos Partidos Republicanos;
- Em 15/11/1889, o marechal Deodoro da Fonseca proclama a República.




A crise da monarquia e ascensão da república no Rio Grande do Sul:

O Positivismo e o PRR:

Em fevereiro de 1882, fundava-se o Partido Republicano Riograndense, aproveitando o espaço político deixando pelo Partido Liberal que não percebia os novos rumos que a sociedade brasileira estava tomando.
A crise de economia escravista e a incapacidade da Monarquia de promover a descentralização administrativa e consolidar o federalismo defendido pelas oligarquias regionais e pelos demais segmentos excluídos do Império, favorecia o republicanismo.
O PRR, na reunião de fundação, endossou o federalismo que marcava o movimento em nível nacional. Porém o federalismo não constituía o único traço ideológico dos republicanos gaúchos. O positivismo de Augusto Comte foi outro traço ideológicos marcante do PRR. Já na reunião de fundação o dístico de Comte "Ordem e Progresso" foi adotado.
Augusto Comte ( filósofo francês) caiu com uma luva nas mãos da elite gaúcha que defendia um modelo de desenvolvimento sem mobilização social.
Julio de castilhos extraiu de Comte a crença na forma de Castilhos.
"Conservar melhorando" transformou-se em lema de Castilhos.
A ditadura do PRR levou o Rio grande do Sul a dois conflitos armados em 1893 e 1923, respectivamente, era a velha luta entre Chimangos e Maragatos.



REPUBLICA VELHA (1889 - 1930)
IntroduçãoO período que vai de 1889 a 1930 é conhecido como a República Velha. Este período da História do Brasil é marcado pelo domínio político das elites agrárias mineiras, paulistas e cariocas. O Brasil firmou-se como um país exportador de café, e a indústria deu um significativo salto. Na área social, várias revoltas e problemas sociais aconteceram nos quatro cantos do território brasileiro.

A República da Espada ( 1889 a 1894 )

Em 15 de novembro de 1889, aconteceu a Proclamação da República, liderada pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Nos cinco anos iniciais, o Brasil foi governado por militares. Deodoro da Fonseca, tornou-se Chefe do Governo Provisório. Em 1891, renunciou e quem assumiu foi o vice-presidente : Floriano Peixoto. O militar Floriano, em seu governo, intensificou a repressão aos que ainda davam apoio à monarquia.

A Constituição de 1891 ( Primeira Constituição Republicana )

Após o início da República havia a necessidade da elaboração de uma nova Constituição, pois a antiga ainda seguia os ideais da monarquia. A constituição de 1891, garantiu alguns avanços políticos, embora apresentasse algumas limitações, pois representava os interesses das elites agrárias do pais. A nova constituição implantou o voto universal para os cidadãos ( mulheres, analfabetos, militares de baixa patente ficavam de fora ). A constituição instituiu o presidencialismo e o voto aberto.

República das Oligarquias
O período que vai de 1894 a 1930 foi marcado pelo governo de presidentes civis, ligados ao setor agrário. Estes políticos saiam dos seguintes partidos: Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM). Estes dois partidos controlavam as eleições, mantendo-se no poder de maneira alternada. Contavam com o apoio da elite agrária do país.Dominando o poder, estes presidentes implementaram políticas que beneficiaram o setor agrário do país, principalmente, os fazendeiros de café do oeste paulista.

Política do Café-com-Leite

A maioria dos presidentes desta época eram políticos de Minas Gerais e São Paulo. Estes dois estados eram os mais ricos da nação e, por isso, dominavam o cenário político da república. Saídos das elites mineiras e paulistas, os presidentes acabavam favorecendo sempre o setor agrícola, principalmente do café (paulista) e do leite (mineiro). A política do café-com-leite sofreu duras críticas de empresários ligados à indústria, que estava em expansão neste período.Se por um lado a política do café-com-leite privilegiou e favoreceu o crescimento da agricultura e da pecuária na região Sudeste, por outro, acabou provocando um abandono das outras regiões do país. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste ganharam pouca atenção destes políticos e tiveram seus problemas sociais agravados.

Política dos Governadores
Montada no governo do presidente paulista Campos Salles, esta política visava manter no poder as oligarquias. Em suma, era uma troca de favores políticos entre governadores e presidente. O presidente apoiava os candidatos dos partidos governistas nos estados, enquanto estes políticos davam suporte a candidatura presidencial e também durante a época do governo.
O coronelismo

A figura do "coronel" era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas regiões do interior do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que utilizava seu poder econômico para garantir a eleição dos candidatos que apoiava. Era usado o voto de cabresto, onde o coronel (fazendeiro) obrigava e usava até mesmo de violência para que os eleitores de seu "curral eleitoral" votassem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por capangas do coronel, para que votasse nos candidatos indicados. O coronel também utilizava outros "recursos" para conseguir seus objetivos políticos, tais como: compra de votos, votos fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais e violência.

O Convênio de Taubaté
Essa foi uma fórmula encontrada pelo governo republicano para beneficiar os cafeicultores em momentos de crise. Quando o preço do café abaixava muito, o governo federal comprava o excedente de café e estocava. Esperava-se a alta do preço do café e então os estoques eram liberados. Esta política mantinha o preço do café, principal produto de exportação, sempre em alta e garantia os lucros dos fazendeiros de café.

A crise da República Velha e o Golpe de 1930
Em 1930 ocorreriam eleições para presidência e, de acordo com a política do café-com-leite, era a vez de assumir um político mineiro do PRM. Porém, o Partido Republicano Paulista do presidente Washington Luís indicou um político paulista, Julio Prestes, a sucessão, rompendo com o café-com-leite. Descontente, o PRM junta-se com políticos da Paraíba e do Rio Grande do Sul (forma-se a Aliança Liberal ) para lançar a presidência o gaúcho Getúlio Vargas. Júlio Prestes sai vencedor nas eleições de abril de 1930, deixando descontes os políticos da Aliança Liberal, que alegam fraudes eleitorais. Liderados por Getúlio Vargas, políticos da Aliança Liberal e militares descontentes, provocam a Revolução de 1930. É o fim da República Velha e início da Era Vargas.

domingo, 23 de novembro de 2008

Rodovia Transoceânica Atlântico-Pacífico


Brasil, Peru e Bolívia estão construindo rodovia entre Atlântico e Pacífico que fica pronta em 2010.




Em 2005, PUERTO MALDONADO - Os presidentes do Brasil, do Peru e da Bolívia assinaram um acordo que iniciaria a construção de uma estrada que ligará o Atlântico ao Pacífico, a um custo de 810 milhões de dólares.
Luiz Inácio Lula da Silva, Alejandro Toledo e Eduardo Rodríguez foram a uma área amazônica do leste do Peru para a inauguração da obra, cuja concessão foi vencida em junho por três consórcios liderados pelas empreiteiras brasileiras Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez.
"Estamos inaugurando um novo capítulo na história da região amazônica e da região sul-americana como um todo", disse Lula em discurso, referindo-se à estrada como "uma poderosa ferramenta de progresso".
"Hoje iniciamos a integração física dos nossos países, nossas fronteiras deixam de ser uma linha de divisão", acrescentou Lula em Puerto Maldonado, cidade perto da fronteira com Brasil e Bolívia.
As empresas brasileiras construirão três trechos, somando 1.200 quilômetros de estrada, para completar o "Eixo Viário Interoceânico Sul", que tem uma extensão de 2.600 quilômetros só no Peru.
No lado brasileiro já existe uma rodovia de 4.345 quilômetros que vai da fronteira com Peru e Bolívia até Santos (SP).
A estrada incentivará principalmente o comércio entre as três nações e do Brasil com a Ásia, para onde o país vende minerais, carnes, café e outros produtos.
O eixo viário unirá a localidade de Assis Brasil (AC) com os portos peruanos de Ilo, Maratani e Marcona. Estima-se que seu tráfego representará 1,5 ponto percentual a mais para o PIB peruano.
A economia peruana, que segundo o governo crescerá 5,5 por cento este ano, soma 75 bilhões de dólares por ano.
A previsão é de que a nova estrada reduza em um dia o trajeto entre a fronteira com o Brasil e qualquer dos três portos no sul do Peru. Atualmente, a viagem dura uma semana.
O projeto rodoviário abrange 32 por cento do Peru e beneficiará 20 por cento dos seus 28 milhões de habitantes em dez regiões, segundo o governo.
A execução da obra gerou críticas da oposição e de alguns analistas no Peru, que suspeitam de superfaturamento e afirmam que as empreiteiras brasileiras têm denúncias pendentes naquele país por obras supostamente incompletas.
"As empresas não mentiram. Embora tenha havido processos em algum momento, estes não foram aceitos pelos juízes ou foram derrotados", disse o primeiro-ministro do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, à rádio RPP, defendendo o projeto. "Como financiadora do projeto, a Corporação Andina de Fomento fez um trabalho muito cuidadoso", acrescentou.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

União Européia aprova operação naval inédita contra piratas na Somália

A União Européia (UE) aprovou nesta segunda-feira a primeira operação naval de sua história para lutar contra os piratas em plena atividade na Somália e no golfo de Áden, anunciou a presidência francesa do bloco.
A operação Atalanta foi formalmente autorizada pelos ministros da Defesa reunidos em Bruxelas, e ela deve ser iniciada em dezembro ao longo do Chifre da África, indicou um diplomata francês.

Diante da multiplicação dos ataques de piratas na região, a UE já havia criado em setembro uma "célula de coordenação" contra a pirataria, que opera atualmente com duas fragatas francesas e um avião de patrulha espanhol.
O nome do comandante da força naval, o vice-almirante britânico Philip Jones, e seu quartel general --Northwood, na costa inglesa-- já são oficiais, mas a composição precisa ainda não, apesar de Alemanha, França, Reino Unidos e Espanha terem anunciado sua participação.
A Eunavfor será constituída de pelo menos sete navios, dos quais três fragatas e um navio de abastecimento, e beneficiará do apoio de aviões de patrulha marítima.
Os ataques perpetrados por piratas na costa da Somália aumentaram 75% neste ano, segundo o Escritório Marítimo Internacional, que no mês passado pediu por ação internacional urgente contra os criminosos que "agem com impunidade".
A organização diz que a costa da Somália, incluindo o golfo de Áden, é o lugar mais perigoso, onde 63 dos 199 ataques de piratas registrados no mundo ocorreram entre janeiro e setembro de 2008.

Fonte: Folha Online

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Atenção alunos do pré-vestibular: FASES DA LUA


As fases da lua são como são denominados os quatro aspectos básicos que o satélite natural da Terra, a Lua, apresenta conforme o ângulo pelo qual é vista a face iluminada pelo Sol:


Lua nova - quando o Sol se encontra do lado oposto e conseqüentemente a face iluminada da Lua está do lado oposto ao do observador na Terra.


Lua crescente - Quarto crescente: quando se vê apenas metade da face iluminada.


Lua cheia - Quando o Sol ilumina completamente a face voltada para o observador na Terra.


Lua minguante - Quarto minguante: quando se vê apenas metade da face iluminada.

A face visível


O Período de revolução (translação) da Lua em torno da terra é de 27d, 7h e 43,7m. O seu Período de rotação tem exatamente os mesmos 27d, 7h e 43,7m. É por causa deste fenômeno que para um observador na Terra um dos seus hemisférios estará sempre oculto. É muito comum a idéia equivocada de que a Lua tem uma face fria. Na verdade toda a Lua recebe raios solares.


Conjunção e Oposição


Quando dois astros formam um ângulo de 180º tendo a Terra como vértice, ou seja, estão em lados opostos com relação à Terra, dizemos que eles estão em oposição. Quando estes astros forma um ângulo de 0º, estão do mesmo lado, dizemos que estão em conjução.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Aqüífero Guarani é a maior reserva subterrânea de água doce do mundo


O Aqüífero Guarani é a maior reserva subterrânea de água doce do mundo, sendo também um dos maiores em todas as categorias.
A maior parte (70% ou 840 mil km²) da área ocupada pelo aqüifero - cerca de 1,2 milhão de km² - está no subsolo do centro-sudoeste do Brasil. O restante se distribui entre o nordeste da Argentina (255 mil km²), noroeste do Uruguai (58 500 km²) e sudeste do Paraguai (58 500 km²), nas bacias do rio Paraná e do Chaco-Paraná. A população atual do domínio de ocorrência do aqüífero é estimada em quinze milhões de habitantes.

No Brasil, o aqüífero integra o território de oito estados:


Mato Grosso do Sul (213 200 km²)
Rio Grande do Sul (157 600 km²)
São Paulo (155 800 km²)
Paraná (131 300 km²)
Goiás (55 000 km²)
Minas Gerais (51 300 km²)
Santa Catarina (49 200 km²)
Mato Grosso (26 400 km²)


Nomeado em homenagem à tribo Guarani, possui um volume de aproximadamente 55 mil km³ e profundidade máxima por volta de 1 800 metros, com uma capacidade de recarregamento de aproximadamente 166 km³ ao ano por precipitação. É dito que esta vasta reserva subterrânea pode fornecer água potável ao mundo por duzentos anos. Devido a uma possível falta de água potável no planeta, que começaria em vinte anos, este recurso natural está rapidamente sendo politizado, tornando-se o controle do Aqüífero Guarani cada vez mais controverso.

domingo, 14 de setembro de 2008

Bolívia: Revolta dos Governadores





A Bolívia que diz não


O departamento mais rico e moderno do paísluta por autonomia regional e para frustraros planos populistas de Evo Morales Duda Teixeira, de Santa Cruz de la Sierra.


A Bolívia sobreviverá ao efeito deletério de Evo Morales? O país agoniza entre duas constituições. A primeira, a nacional, proposta por Morales, foi aprovada às pressas numa reunião sem a presença dos deputados da oposição, em plenário improvisado numa universidade de Oruro, terra natal do presidente. A segunda Constituição, regional, foi publicada nos jornais do departamento de Santa Cruz, circula pela internet, pode ser obtida em qualquer repartição pública e será submetida a referendo popular. Propõe conceder ao departamento autonomia similar à existente nos estados da federação brasileira. O presidente, que aprovou às escondidas sua própria Carta, já ameaçou enviar o Exército para esmagar a escrita por seus opositores. Santa Cruz lidera um movimento de governadores que se opõe a Morales, considera sua Constituição ilegítima e não deixa dúvidas sobre o divórcio existente hoje entre o governo de La Paz e a parte mais rica e próspera do país.



O impasse criado pelas constituições regionais e pela nacional é o retrato do fosso político que se instalou no país. O bastião de Evo Morales é a população mais pobre da Cordilheira dos Andes, com forte presença indígena, mais fácil de encantar com sua cantilena populista. A outra parcela de bolivianos, mais numerosa e próspera, mora nas planícies que se estendem até a Amazônia. As repetidas ameaças feitas por Morales de confisco de terras e indústrias só azedam ainda mais o relacionamento. Na semana passada, começaram a ser recolhidas as assinaturas necessárias para convocar um referendo a fim de aprovar o texto da Constituição que declara a autonomia de Santa Cruz. O mesmo processo deve se repetir nos departamentos de Beni, Pando, Cochabamba e Chuquisaca. Em Tarija, o governador dispensará essa formalidade. Como a Constituição de Evo também terá de ir a referendo, o próximo ano será agitado do ponto de vista eleitoral.



Nas últimas cinco décadas, os cruzenhos criaram uma Bolívia diferente, que procura fugir da miséria com o seu esforço. A rede de luz e de água de Santa Cruz de la Sierra foi construída pelos próprios cidadãos, já que o governo central estava ausente. O empreendedorismo e o sucesso pessoal são valorizados. No jornal local, a coluna social ocupa doze páginas. A região prosperou com a agricultura de soja e a pecuária extensiva, com muitas fazendas administradas por brasileiros. "Ao contrário da mineração, atividade que não estimula a diversificação econômica, a agricultura criou uma classe média empreendedora em Santa Cruz", diz Gabriel Dabdoub, presidente da Câmara de Indústria e Comércio local. Em nome do governo de Santa Cruz, ele pediu uma audiência com Lula aproveitando a visita do brasileiro à Bolívia, na semana passada. Foi ignorado. "É uma pena o governo brasileiro preferir apoiar as políticas de Morales, que quer destruir nosso modelo social e econômico bem-sucedido."
Evo Morales procura vender a idéia de que tenta salvar o país do separatismo. Não é isso que está em jogo. A autonomia desejada por seis dos nove departamentos do país é modesta se comparada à desfrutada pelos estados da federação brasileira. Os departamentos querem autonomia para criar a sua fonte de arrecadação, com impostos locais, um poder legislativo e uma força policial próprios. "Propomos um sistema flexível, em que as competências de um departamento podem ser maiores ou menores de acordo com sua capacidade", diz o deputado Oscar Antonio Franco, de Santa Cruz. Essa flexibilidade incomoda o governo de Evo Morales. Ele se preocupa especialmente com a possibilidade de os departamentos criarem suas próprias empresas petrolíferas. Esse é um dos muitos itens contidos na declaração de autonomia de Santa Cruz que entram em franca contradição com a Constituição de Morales. Uma companhia cruzenha de gás poderia competir com a estatal nacional YPFB e fazer parcerias com empresas estrangeiras, algo inadmissível para o governo populista de Morales.



Nesse contexto, não espanta que, enquanto os habitantes de Santa Cruz comemoravam nas ruas sua autonomia, na semana passada, Evo tenha ameaçado usar as Forças Armadas contra o movimento. "Usar o Exército contra os departamentos que representam três quartos do território nacional seria um suicídio político, e Evo sabe disso", diz Alcides Parejas, historiador da Universidade Privada de Santa Cruz de la Sierra. Se a perspectiva de uma guerra civil é improvável, os embates violentos e espontâneos nas ruas de cidades como La Paz, os bloqueios de estradas e as greves devem se tornar mais intensos em 2008. A boa notícia é que Evo Morales, apesar de seu esforço em mimetizar as políticas desastrosas de Hugo Chávez, na Venezuela, é menos truculento que seu mentor. Na semana passada, após algumas pesquisas de opinião darem como certa a vitória da autonomia em referendos regionais, o presidente boliviano anunciou sua disposição de negociar com os governadores. É uma boa notícia. Se Morales parar de imitar Chávez, a Bolívia sobreviverá melhor a seu desastroso governo.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Tornado causa estrago em várias cidades do RS

Telhado de posto de combustível desabou sobre um caminhão em Tabaí (RS) (Foto: Jefferson Botega/Zero Hora/Agência RBS)

Um temporal que atingiu o Rio Grande do Sul na tarde desta quarta-feira (10) provocou estragos em diversos municípios do estado. Em Triunfo (RS), uma mulher e uma criança ficaram feridas. As duas estavam em um supermercado que ficou destelhado com a força do vento. O capitão Fernando, da Defesa Civil do RS, explicou ao G1 que os maiores problemas foram registrados em Montenegro (RS), Tabaí (RS) e Triunfo. Várias casas ficaram destelhadas e falta energia elétrica em muitas regiões do estado. A Defesa Civil já distribuiu lonas para as família afetadas e ainda não há informações sobre desabrigados ou desalojados. Na BR-386, em Tabaí (RS), o trânsito ficou lento e em meia pista por causa da queda de duas árvores. A estrutura de um posto de combustível desabou sobre um caminhão que estava estacionado no local. Ninguém ficou ferido.

13 mil clientes sem luz A chuva deixou pelo menos 13 mil imóveis sem luz. Cerca de 11 mil clientes que foram prejudicados estão em São Sebastião do Caí (RS). A maior parte das interrupções no fornecimento de energia elétrica está na área abastecida pela AES SUL. A companhia não tem previsão de quando a situação será normalizada.

Já na área atendida pela Rio Grande Energia (RGE), pelo menos duas mil moradias também estão sem energia elétrica em Nova Petrópolis (RS), na Serra Gaúcha. A empresa espera resolver o problema nas próximas horas. Na região da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) são registrados apenas casos pontuais de falta de luz. Transtornos em Porto Alegre A chuva que atinge Porto Alegre desde o meio da tarde desta quarta-feira prejudica a circulação de veículos e causa alagamentos em vários pontos da cidade. Para quinta-feira (11), a previsão é de céu carregado por causa de uma frente fria que chega ao estado. Há possibilidade de chuvas fortes, que podem ultrapassar os 100 milímetros. Os termômetros devem marcar máximas de 20ºC. (*Com informações do Zero Hora)
Três carros foram arremessados pelo vento cerca de 15 metros para fora da rodovia

Um temporal de cerca de 30 minutos espalhou destruição nesta quarta-feira no Rio Grande do Sul. A ocorrência foi em Tabaí, no Vale do Taquari, a 70 quilômetros de Porto Alegre.Entre os quilômetros 385 e 389 da BR-386, o trânsito está lento e em meia pista, devido à queda de duas árvores e a quatro acidentes sem gravidade ocorridos no local. Dois caminhões tombaram para fora da pista.Três veículos, que estavam parados na altura do km 389, foram arremessados cerca de 15 metros para fora da pista por uma rajada de vento, na tarde desta quarta-feira. De acordo com a assessoria da Univias, concessionária que administra a rodovia, os ocupantes dos carros esperavam a forte chuva passar no acostamento quando fora atingidos por uma forte rajada de vento.A Central de Meteorologia da RBS ainda não sabe apurar com exatidão o tipo de fenômeno que pode ter atingido a cidade, mas trabalha com duas possibilidades: tornado ou microexplosão.Segundo a meteorologista Estael Sias, o tornado é uma espécie de nuvem-funil, com um vento forte girando em torno de si mesmo, como um furacão - neste caso, carros, árvores e telhas, por exemplo, acabam sugados e retorcidos. Já a micro-explosão caracteriza-se por ser uma nuvem muito pesada que descarrega forte chuva e vento em direção à Terra.A previsão do tempo para quinta-feira no Rio Grande do Sul é novas ocorrências como a de quarta-feira: trovoadas, fortes temporais e granizos.






DEFINIÇÃO DE TORNADO: Um tornado é um pequeno, porém intenso, redemoinho de vento, formado por um centro de baixa pressão durante tempestades. Se o redemoinho chega a alcançar o chão, a repentina queda na pressão atmosférica e os ventos de alta velocidade (que podem alcançar mais de 500 km/h) fazem com que o tornado destrua quase tudo o que encontrar no meio de seu caminho. Segundo a escala fujita (que mede a intensidade dos tornados de F1 a f5) o que atingiu o Rio Grande do Sul, foi um F2 com ventos de 180-250km/h, que produz ventos fortes e destelha casas, derruba arvores e postes de luz.


sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Furacão Gustav mata pelo menos 16 no Haiti e República Dominicana

Furacão Gustav causou mortes e destruição na República Dominicana
Pelo menos 16 pessoas morreram em conseqüência da passagem do furacão Gustav por Haiti e República Dominicana.

Gustav foi reclassificado nesta quarta-feira como tempestade tropical, com ventos de 95 km/hora, mas especialistas advertem que pode voltar a se fortalecer no fim-de-semana.
O preço do barril de petróleo subiu em meio a previsões de que, até domingo, Gustav pode se converter em furacão novamente e ameaçar instalações petrolíferas no Golfo do México.
Agora, um alerta de furacões foi emitido na Jamaica e Cuba, para onde Gustav pode estar seguindo.

Protesto

A tempestade permaneceu horas sobre a península ao sul do Haiti na terça-feira, derrubando árvores e alagando plantações de banana, feijão e verduras.
Centenas de pessoas nas áreas costeiras de Les Cayes ignoraram recomendações oficiais para procurar abrigo, e realizaram um protesto contra a alta do custo de vida. Soldados de paz das Nações Unidas e a polícia haitiana usaram gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.

O Haiti foi atingido há uma semana por uma tempestade tropical, Fay, que matou mais de 24 pessoas.
Gustav é a sétima tempestade tropical desta estação dos furacões no Atlântico.
NOME DAS TEMPESTADES:
Os nomes seguintes serão usados para dar nomes a tempestades que se formam em 2008 no Oceano Atlântico norte. Os nomes não retirados nesta lista serão utilizados novamente na temporada de 2014. Esta lista é a mesma usada em 2002, exceto por 'Ike' e 'Laura', que substituíram Isidore e Lili, respectivamente.
Nomes escolhidos para os furacões no Oceano Atlântico, em 2008:
Arthur
Bertha
Cristobal
Dolly
Edouard
Fay
Gustav (em atividade)
Hanna (em atividade)
Ike (em atividade)
Josephine (em atividade)
Kyle (sem usar)
Laura (sem usar)
Marco (sem usar)
Nana (sem usar)
Omar (sem usar)
Paloma (sem usar)
Rene (sem usar)
Sally (sem usar)
Teddy (sem usar)
Vicky (sem usar)
Wilfred (sem usar)

terça-feira, 2 de setembro de 2008

BRASIL: Grampo telefônico no STF



Abin diz que investigará suposto grampo em telefones do presidente do STF

Segundo revista 'Veja', Gilmar Mendes teve conversas monitoradas.

Direção da agência informou que determinará uma sindicância interna.

Do G1, com informações da Agência Estado


A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) anunciou neste sábado (30), por intermédio de nota oficial, que abrirá uma sindicância interna para apurar "o possível envolvimento de servidores da Agência nos fatos noticiados" pela edição deste final de semana da revista "Veja". A Polícia Federal informou que também vai analisar o caso.

Reportagem da revista aponta a existência de escutas ilegais feitas por integrantes da agência nos telefones do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.

A publicação transcreve uma conversa de cerca de dois minutos entre Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que teria ocorrido às 18h32 do dia 15 de julho. No telefonema, de acordo com a revista, Torres pede a Mendes ajuda contra a decisão de um juiz de Roraima que teria impedido uma importante testemunha de depor na CPI da Pedofilia, da qual é relator. No diálogo, Mendes agradece ao senador, por ter subido à tribuna do Senado para criticar pedido de impeachment do presidente do STF, feito por um grupo de promotores descontentes com habeas corpus concedido ao banqueiro Daniel Dantas. Na época, a PF acabara de concluir a Operação Satiagraha, que prendera Dantas, acusando-o de uma série de crimes, entre os quais lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção ativa. A Abin informou que pedirá ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Jorge Felix, que acione a Procuradoria-Geral da República e o Ministério da Justiça, "com vistas à adoção das medidas investigatórias cabíveis para o esclarecimento dos fatos em toda sua extensão". O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa informou, também por intermédio de sua assessoria, que a PF fará "uma análise mais profunda e concreta dos fatos" apontados por "Veja" e, após essa avaliação, decidirá sobre a abertura de inquérito formal com o objetivo de investigar a eventual realização de grampos ilegais por agentes da Abin. A agência não tem permissão legal para fazer escutas.


"Se houve um monitoramento contra um poder da União, é competência e obrigação da PF investigar", informou o diretor. É provável que uma das primeiras providências da PF seja pedir à revista cópia da gravação revelada na reportagem. De acordo com informações transmitidas, segundo a revista "Veja", por um agente da Abin também teriam sido grampeados o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), e os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Álvaro Dias (PSDB-PR), Demóstenes Torres (DEM-GO) e Tião Viana (PT-AC).

Outras supostas vítimas dos grampos são os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, além de Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não há detalhes das conversas deles capturadas pelo serviço de espionagem. Em notas oficiais divulgadas nos últimos 30 dias, a Abin negou ter monitorado os passos do ministro Gilmar Mendes ou realizado escutas ilegais.


Confira a íntegra da nota da Abin divulgada neste sábado: "AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA 30/08/2008 NOTA À IMPRENSA Em face de matéria veiculada pela Revista Veja, Edição nº 2076, a Direção Geral da Agência Brasileira de Inteligência informa que tomará as seguintes providências:


1. determinar à Corregedoria-Geral do órgão a abertura de sindicância destinada a apurar o possível envolvimento de servidores da Agência nos fatos noticiados;


2. enviar ofício ao Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República solicitando o acionamento da Procuradoria-Geral da República e do Ministério da Justiça, com vistas à adoção das medidas investigatórias cabíveis para o esclarecimento dos fatos em toda sua extensão. A Direção-Geral da Abin reitera a confiança no corpo funcional da instituição e espera que os fatos apresentados na reportagem sejam definitivamente esclarecidos."

domingo, 31 de agosto de 2008

CHINA: DEPOIS DAS OLIMPÍADAS 2008


Depois dos Jogos, China volta seu foco para a economia


Após a realização das Olimpíadas, chineses querem manter o impressionante crescimento do país
Reuters



PEQUIM (China) - Os líderes chineses vão respirar aliviados quando a Olimpíada de Pequim terminar, podendo voltar sua atenção de volta para a economia, ávido para impedir uma desaceleração ou possível agitação.


Estabilidade segue sendo a palavra-chave do desenvolvimento no 60o aniversário da República Popular da China, no próximo ano. Reformas políticas que possam acabar com o monopólio do Partido Comunista no poder nem são consideradas."A Olimpíada demonstrou o sucesso do atual sistema e a determinação do Partido Comunista de não implementar reformas políticas. Não há razão para mudar", disse um comentarista político chinês que pediu para não ser identificado.O presidente Hu Jintao promete sustentar o rápido crescimento, enquanto a economia global enfraquece e a China luta com vários problemas, incluindo pressões inflacionárias, desigualdade de renda, corrupção, falta de energia elétrica e poluição.Alguns críticos têm comparado os Jogos de Pequim com a Olimpíada de Berlim, de 1936, prevendo que a nação mais populosa do mundo poderia se tornar um problema maior do que a Alemanha nazista. Os otimistas esperam que a China siga o exemplo da Coréia do Sul, sede dos Jogos de 1988, e se democratize.Nenhum dos cenários parece provável.A China tem procurado assegurar ao Ocidente que seu crescimento não vai se tornar um problema global e que não vai buscar a hegemonia na região. Os críticos não estão convencidos.Mas Hu carece das credenciais revolucionárias de Mao Tsé-Tung, fundador do comunismo na China."A China não tem o poder", disse Liu Junning, cientista político chinês. "Ainda existem muitos problemas, como a possibilidade de uma desaceleração no crescimento econômico".Hu desfez algumas políticas de força de seu antecessor, Jiang Zemin, melhorando as relações com o Japão, que ocupou brutalmente partes da China de 1931 a 1945, e com Taiwan, que a China reclama como parte de seu território desde a separação em 1949 por conta de uma guerra civil.


Depois de 30 anos de liberalização, os líderes chineses se comprometeram a continuar reformando a quarta maior economia do mundo, abrindo-a, embora seguindo os passos ditados pelo Partido.Para o povo chinês, a ampliação de liberdades individuais, desde o que comer e vestir, onde morar, liberdade para viajar, estudar e trabalhar, até com quem casar e quando ter filho -- coisas que já foram ditadas pelo Partido serão expandidas.


Mas o Partido não deve desafiar as próprias regras. Ele vai continuar apertando sua influência no Tibete em Xinjiang, assim como vão manter o controle sobre advogados, jornalistas e ativistas, e a Internet."A Olimpíada foi uma benção para seu desempenho, mas não fez nada pela sua legitimidade do processo", disse Liu, referindo-se ao método usado na China para escolher seus líderes.Mas nenhum líder vai assumir o risco de flertar com o modelo democrático do Ocidente.Mikhail Gorbachev pode ser um herói no Ocidente, mas ele é ridicularizado pelos líderes chineses por trair o comunismo e por ser responsável pela derrocada da União Soviética."Nenhum líder pode se dar ao luxo de ser visto cavando a sepultura do Partido", disse Kou Chien-wen, observador da China baseado em Taipé

sábado, 23 de agosto de 2008

Fome no Mundo....tem Solução?


Em 1974, durante a Conferência Mundial sobre Alimentação, as Nações Unidas estabeleceram que “todo homem, mulher, criança, tem o direito inalienável de ser livre da fome e da desnutrição...”. Portanto, a comunidade internacional deveria ter como maior objetivo a segurança alimentar, isto é, “o acesso, sempre, por parte de todos, a alimento suficiente para uma vida sadia e ativa”.


E isso quer dizer:
acesso ao alimento: é condição necessária, mas ainda não suficiente;
sempre: e não só em certos momentos;
por parte de todos: não bastam que os dados estatísticos sejam satisfatórios. É necessário que todos possam ter essa segurança de acesso aos alimentos;
alimento para uma vida sadia e ativa: é importante que o alimento seja suficiente tanto do ponto de vista qualitativo como quantitativo.

Os dados que possuímos dizem que estamos ainda muito longe dessa situação de segurança alimentar para todos os habitantes do planeta.

Quais são as causas?
A situação precisa ser enfrentada, pois uma pessoa faminta não é uma pessoa livre. Mas é preciso, em primeiro lugar, conhecer as causas que levam à fome. Muitos acham que as conhecem, mas não percebem que, quando falam delas, se limitam, muitas vezes, a repetir o que tantos já disseram e a apontar causas que não têm nada a ver com o verdadeiro problema. Por


exemplo:

A fome é causada porque o mundo não pode produzir alimentos suficientes. Não é verdade! A terra tem recursos suficientes para alimentar a humanidade inteira.
A fome é devida ao fato de que somos “demais”. Também não é verdade! Há países muito populosos, como a China, onde todos os habitantes têm, todo dia, pelo menos uma quantidade mínima de alimentos e países muito pouco habitados, como a Bolívia, onde os pobres de verdade padecem fome!

No mundo há poucas terras cultiváveis! Também não é verdade. Por enquanto, há terras suficientes que, infelizmente, são cultivadas, muitas vezes, para fornecer alimentos aos países ricos!


As verdadeiras causas

As causas da fome no mundo são várias, não podem ser reduzidas a uma só. Entre elas indicamos:

As monoculturas: o produto nacional bruto (pib) de vários países depende, em muitos casos, de uma cultura só, como acontecia, alguns anos atrás, com o Brasil, cujo único produto de exportação era o café. Sem produções alternativas, a economia desses países depende muito do preço do produto, que é fixado em outros lugares, e das condições climáticas para garantir uma boa colheita.


Diferentes condições de troca entre os vários países: alguns países, ex-colônias, estão precisando cada vez mais de produtos manufaturados e de alta tecnologia, que eles não produzem e cujo preço é fixado pelos países que exportam. Os preços das matérias-primas, quase sempre o único produto de exportação dos países pobres, são fixados, de novo, pelos países que importam.

Multinacionais: são organizações em condições de realizar operações de caráter global, fugindo assim ao controle dos Estados nacionais ou de organizações internacionais. Elas constituem uma rede de poder supranacional. Querem conquistar mercados, investindo capitais privados e deslocando a produção onde os custos de trabalho, energia e matéria-prima são mais baixos e os direitos dos trabalhadores, limitados. Controlam 40% do comércio mundial e até 90% do comércio mundial dos bens de primeira necessidade.



Dívida externa: conforme a Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a dívida está paralisando a possibilidade de países menos avançados de importar os alimentos dos quais precisam ou de dar à própria produção agrícola o necessário desenvolvimento. A dívida é contraída com os bancos particulares e com Institutos internacionais como o Fundo Monetário e o Banco Mundial. Para poder pagar os juros, tenta-se incrementar as exportações. Em certos países, 40% do que se arrecada com as exportações são gastos somente para pagar os juros da dívida externa. A dívida, infelizmente, continua inalterada ou aumenta.

Conflitos armados: o dinheiro necessário para providenciar alimento, água, educação, saúde e habitação de maneira suficiente para todos, durante um ano, corresponde a quanto o mundo inteiro gasta em menos de um mês na compra de armas. Além disso, os conflitos armados presentes em muitos países em desenvolvimento causam graves perdas e destruições em seu sistema produtivo primário.



Eis o que nos dizem as estatísticas:
- Há 800 milhões de pessoas desnutridas no mundo.
- 11 mil crianças morrem de fome a cada dia.
- Um terço das crianças dos países em desenvolvimento apresentam atraso no crescimento físico e intelectual.
- 1,3 bilhão de pessoas no mundo não dispõe de água potável.
- 40% das mulheres dos países em desenvolvimento são anêmicas e encontram-se abaixo do peso.
- Uma pessoa a cada sete padece fome no mundo.

Eis o que nos dizem as estatísticas:
- Há 800 milhões de pessoas desnutridas no mundo.
- 11 mil crianças morrem de fome a cada dia.
- Um terço das crianças dos países em desenvolvimento apresentam atraso no crescimento físico e intelectual.
- 1,3 bilhão de pessoas no mundo não dispõe de água potável.
- 40% das mulheres dos países em desenvolvimento são anêmicas e encontram-se abaixo do peso.
- Uma pessoa a cada sete padece fome no mundo.

Desigualdades sociais: a luta contra a fome é, em primeiro lugar, luta contra a fome pela justiça social. As elites que estão no governo, controlando o acesso aos alimentos, mantêm e consolidam o próprio poder. Paradoxalmente, os que produzem alimento são os primeiros a sofrer por sua falta. Na maioria dos países, é muito mais fácil encontrar pessoas que passam fome em contextos rurais do que em contextos urbanos.



Neo-colonialismo: em 1945, através do reconhecimento do direito à autodeterminação dos povos, iniciou o processo de libertação dos países que até então eram colônias de outras nações. Mas, uma vez adquirida a independência, em muitos continuaram os conflitos internos que têm sua origem nos profundos desequilíbrios sociais herdados do colonialismo. Em muitos países, ao domínio colonial sucederam as ditaduras, apoiadas pela cumplicidade das superpotências e por acordos de cooperação com a antiga potência colonial. Isso deu origem ao neocolonialismo e as trocas comerciais continuaram a favorecer as mesmas potências.

Quando um país vive numa situação de miséria, podemos dizer que, praticamente, todas essas causas estão agindo ao mesmo tempo e estão na origem da fome de seus habitantes. Algumas delas dependem da situação do país, como o regime de monocultura, os conflitos armados e as desigualdades sociais. Elas serão eliminadas, quando e se o mesmo país conseguir um verda-deiro desenvolvimento. Mas outras causas já não dependem do próprio país em desenvolvimento, e sim da situação em nível internacional. Refiro-me às condições desiguais de troca entre as várias nações, à presença das multinacionais, ao peso da dívida externa e ao neocolonialismo. Isso quer dizer que os países em desenvolvimento, não conseguirão sozinhos vencer a miséria e a fome, a não ser que mudanças verdadeira-mente importantes aconteçam no relacionamento entre essas nações e as mais industrializadas.

sábado, 16 de agosto de 2008

4°Desafio: Limpeza de Santa Maria - RS



Consciência não é tudo: A limpeza urbana e o recolhimento do lixo na cidade são alguns dos desafios do próximo prefeito. (Por:BIANCA BACKES - Diário de Santa Maria - RS)

Consciência ecológica é o que não falta na casa da economista Angela Maria do Nascimento, 36 anos, que mora em Camobi. Lá, como ela mesma faz questão de explicar, quase não se produz lixo. Tudo bem que basta estar vivo para produzir algo que não terá mais validade alguma e que vai parar em algum aterro sanitário ou na rede de esgoto. Mas, no lar de Angela Maria, o lixo se transforma em materiais que podem ser reaproveitados. Porém, não basta ter bons hábitos e ser consciente quando o poder público nem sempre funciona como aliado para resolver este tipo de problema.Quando o assunto é lixo e limpeza urbana, o próximo prefeito de Santa Maria terá um longo desafio pela frente, a começar pela coleta tradicional. Na maior parte dos bairros, como em Camobi, onde mora a economista, a coleta não é diária (ocorre três vezes por semana). Das 23 regiões mapeadas pela prefeitura para a coleta, aliás, apenas em três, o recolhimento é diário.Tudo bem que Angela Maria só dispense seus sacos com lixo não-reciclável nos dias em que há coleta. Mas, como nem todos os moradores estão informados sobre a periodicidade, a cena nas ruas do bairro, antes mesmo do caminhão da coleta passar, costuma ser bem desagradável. Sacos de lixo abertos, sujeira espalhada pelo chão por obra de cachorros que farejaram o cheiro dos alimentos, lixeiras de prédios e condomínios abarrotadas são alguns exemplos do que se pode encontrar pela frente. Há até quem pregue as sacolas com lixo orgânico em postes.Isso sem contar que o caminhão não tem um horário certo para passar. Na segunda-feira passada, quando a previsão da moradora era que os coletores passassem por volta das 7h30min, o recolhimento ocorreu apenas no fim da manhã. Falta divulgação e, pelo visto, regularidade também.
***
Seletiva bem seletivaPara evitar que os materiais recicláveis separados pelos moradores de Camobi acabem no aterro sanitário da cidade, o esforço precisa ser maior. Há cerca de um mês, teoricamente, o bairro teria passado a ser contemplado pela coleta seletiva. Mas Angela Maria não participa do projeto, apesar de separar o lixo de casa (inclusive, ela transforma restos de comida em adubo, enterrando o material na horta). Até porque quem quer participar é que tem de entrar em contato com a prefeitura. E as informações sobre o novo sistema - como o horário em que é feita a coleta - ainda não são repassadas ao usuário com clareza.Para piorar, o recolhimento é feito apenas uma vez por semana (veja o quadro). Para a economista, ele seria mais eficiente se o caminhão da coleta tradicional, que passa no bairro três vezes por semana, fosse acompanhado de um veículo para recolher apenas os resíduos recicláveis. Por isso, ela quer repassar o lixo que a família produz diretamente a algum catador.Quando ainda moravam em outro prédio, há três anos, também em Camobi, Angela Maria e o marido, o professor universitário Dalvan Reinert, 52 anos, tiveram uma experiência desagradável com uma coleta seletiva organizada pelo próprio condomínio. Ela conta que até o lixo seco causa mau cheiro quando acumulado por muitos dias, por causa de embalagens que não foram bem lavadas. Qualquer restinho de alimento é suficiente para atrair insetos.As embalagens de remédios da família de Angela Maria têm outro destino: vão para uma farmácia de manipulação do bairro que oferece descontos aos clientes que levam os recipientes usados. O material não é reutilizado pelo estabelecimento. A farmacêutica responsável, Marisa Simara Buriol Filipetto, 39 anos, explica que esterilizar os potes sairia muito caro. Eles são entregues a uma associação de catadores.
***
Faltam lixeirasEm uma cidade com 263 mil habitantes, como Santa Maria, o número de lixeiras públicas dispostas nas ruas deixa a desejar. A estimativa da prefeitura é que existam cerca de 200, concentradas no Centro. O resultado prático da falta de recipientes pode ser visto nas ruas e praças espalhadas pelo município: papéis, plásticos, copos e outros materiais jogados pelo chão. Nos bairros, ver sujeira no chão pode ser corriqueiro. No Centro, o problema fica ainda mais evidente antes das 6h, quando começa o trabalho das dezenas de garis.Para tentar compensar a falta de lixeiras, varredores passam o dia em praças e ruas centrais, e em algumas avenidas dos bairros. O trabalho de varrição começa às 6h, de segunda a sábado, e conta com 43 garis que trabalham pela Sulclean (empresa terceirizada) e sete presos que prestam serviços pelo Plano de Ação Conjunta (PAC) à prefeitura. O Calçadão, por exemplo, passa por diversas limpezas. Em casos de eventos em locais públicos, a atenção também é voltada para esses lugares. Mas os bairros, que já não contam com lixeiras públicas, também não têm esse serviço. A explicação do Executivo para a não-instalação de lixeiras é o vandalismo. Conforme a Secretaria de Proteção Ambiental, muitas lixeiras são incendiadas após sua instalação.
***
Contêineres são solução?O trabalho dos garis também não soluciona o excesso de sacolas plásticas com lixo acumuladas em alguns locais da cidade. À tardinha, em lugares como o canteiro da Avenida Rio Branco, a visão chega a ser deprimente: diversos pacotes com resíduos ficam empilhados até a coleta.A expectativa é que o problema seja resolvido ou minimizado com a instalação de contêineres no Centro para a coleta dos resíduos domésticos. Com o novo sistema, previsto para funcionar até outubro, moradores poderão depositar os seus sacos de lixo nos recipientes a qualquer hora. Os contêineres terão o tamanho de um carro e serão instalados em vagas de estacionamento. A intenção é estender o sistema aos bairros, com o tempo. Mas, inicialmente, a tentativa de solução será apenas no Centro.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

3° Desafio: Iluminação de Santa Maria - RS



Sob a luz da lua

Dupla de estudantes enfrenta, todas as noites, ruas mal iluminadas para voltar da escola

São 21h55min de uma segunda-feira. Os estudantes Michele Isabel Alves Cavalheiro, 18 anos, e William Luis Almeida de Oliveira, 17, deixam a Escola Estadual Naura Teixeira, localizada na Rua João Franciscatto, bairro São José, onde cursam o 1º ano do Ensino Médio. É hora de voltar para casa, após o primeiro dia de aula depois das férias de inverno. Então, eles começam a percorrer um caminho de trevas até a Vila Maringá. Boa parte do trajeto é feita em meio à escuridão. Assim como os dois estudantes, outros tantos moradores dos quatro cantos de Santa Maria devem enfrentar o mesmo problema para estudar ou trabalhar à noite. Cabe ao futuro prefeito o desafio de melhorar a qualidade da iluminação pública.William e Michele enfrentam o breu logo na saída da escola. Ao entrarem na Rua Antônio Ignácio de Ávila, começa a bater o medo. Dos 24 postes espalhados em cerca de um quilômetro, só há luz em seis. À noite, a rua fica deserta. O silêncio é quebrado eventualmente.


- Quase não passa carro neste horário. Há dias que a gente fica rezando para passar um - conta Michele.Em alguns trechos da Antônio Ignácio de Ávila, é tão escuro que os estudantes se tornam dois vultos no meio da via de chão batido. Ao passarem pelo trecho cercado por um campo de um lado e mato de outro, a dupla aperta o passo.- Eu ando sempre no meio da rua quando é escuro.
Aqui não tem para onde correr - diz William, apontando para o campo.Depois de 24 minutos caminhando pelo chão batido da Antônio Inácio de Ávila, os estudantes começam a percorrer a parte de calçamento.


Eles estão em frente à Sociedade de Medicina de Santa Maria.- Aqui é o único lugar seguro - comenta William, referindo-se à boa iluminação e ao vigia do local.- Depois daqui (Sociedade de Medicina), se acontecer alguma coisa com a gente, ninguém vai saber - afirma Michele, angustiada.A estudante, que durante o dia trabalha de doméstica, refere-se ao próximo trecho a ser percorrido: escuro e sem casas por perto - a única diferença é o calçamento - até chegar à RSC-287. Nos dias de tempo fechado, William e Michele não contam nem com a companhia das estrelas.
Os dois colegas nem sempre voltam juntos. Muitas vezes, William vem sozinho. Michele vem com uma amiga e, no dia em que não tem companhia, fica em casa. Enquanto contam sobre as noites no percurso, o caminho vai encurtando. O barulho e os faróis dos carros indicam que a RSC-287 está perto. Às 22h30min, Michele e William cruzam a rodovia. Há mais de um quilômetro ainda a ser percorrido.


No começo da Estrada Eduardo Duarte, que leva à Vila Maringá, os estudantes têm uma agradável surpresa: no retorno às aulas, o trecho está bem mais iluminado. Há seis lâmpadas funcionando.- Antes, eram só duas - relembra William.Os dois seguem o caminho de casa. O único barulho é do balançar das taquareiras. E é justamente nesse ponto que dá mais pavor nos estudantes. Eles nunca tiveram problema ali, mas sabem que o lugar é perigoso e já foi cenário de assaltos, especilamente ataques a mototaxistas. O bom é que Michele e William estão mais perto de casa. Às 22h45min, os dois já caminham pela Rua A da Vila Maringá. É mais um trecho com pontos na penumbra. Na entrada da rua, há seis postes que não estão funcionado. O restante está iluminado. Logo, a angústia dos estudantes deve terminar, e a da famílias que os aguardam também.- A minha mãe fica preocupada. Eu ligo do orelhão perto da escola avisando que estou descendo - diz William.
Não há linha de ônibus para a vila
Enquanto percorrem mais uma rua da Maringá, entre trechos claros e escuros, os estudantes contam que chegaram a pensar em contratar uma van para buscá-los na Naura Teixeira. São sete estudantes da vila que freqüentam a escola à noite, e não há ônibus até a Maringá. Michele e William dobram na Rua Hilda Berleze. A via está iluminada, e a casa de William já pode ser vista. Às 22h47min, ele chega ao portão da residência, completando 2,2 quilômetros. O padrasto do estudante, Valmir Rodrigues, joga a chave pela janela. É mais uma noite de preocupação que se vai para a família de William.Já a família com quem Michele mora terá de aguardar mais um pouco. Ela ainda tem mais um pedaço de rua para caminhar. Agora, sozinha. Corajosa, atravessa um campinho em meio à escuridão para encurtar a distância. Sua casa está a alguns metros do campo. Às 23h, Michele termina o trajeto de 2,7 quilômetros, entrando no pátio da residência. Agora, o alívio é da família com quem ela mora.Uma das prioridades do futuro prefeito de Santa Maria deverá ser iluminar o caminho das Micheles, dos Willians, dos Joãos e das Marias, para que possam se sentir mais seguros ao cruzarem as ruas. Também para que os pais possam ficar menos apreensivos a cada noite que os filhos saem de casa.


Consertos são feitos por regiões


Hoje, Santa Maria tem 18.972 pontos de iluminação, nas oito regiões da cidade e nos nove distritos. Em média, o setor de iluminação pública da Secretária Municipal de Obras e Serviços Urbanos recebe 15 pedidos de conserto por dia. A Região Leste, formada pelo bairro Camobi, é uma das que mais fazem reclamações. Junto, aparece como campeã de queixas a Zona Oeste.- São regiões que têm mais pontos de luz na cidade - explica o eletrotécnico da prefeitura, Clovis Milani.A maior quantidade de pontos de luz está no Centro. Segundo Milani, porém, há menos reclamações, uma vez que as lâmpadas instaladas nessa área têm maior durabilidade. Para cada pedido de conserto que chega à Secretaria de Obras e Serviços Urbanos, é feito um protocolo, constando o dia da reivindicação. Já a data para a reclamação ser atendida é incerta.- Pode levar 10, 20 ou até 30 dias - diz o diretor de iluminação da secretaria, Valdir Schmidt.Em julho, foram recebidos 495 pedidos de consertos de luminárias. As reivindicações são guardadas em pastas da região a que pertencem. À medida que é realizada a troca de lâmpadas, os pedidos vão sendo retirados das pastas.


O diretor de iluminação diz que a prioridade é para os consertos por regiões e não de ruas isoladas com uma única lâmpada queimada, por exemplo.Boa parte do trabalho hoje, segundo Schmidt, é feita em parceria com as associações comunitárias. Os líderes comunitários fazem o levantamento das lâmpadas queimadas de seus bairros, encaminhando-o à prefeitura. A parceria serve para agilizar o conserto. Desde o começo do ano, o setor soma mais de 6,6 mil consertos. Para atender às reclamações ao longo de 2008, a prefeitura fez a compra de lâmpadas e outros equipamentos estruturais, no valor de cerca de R$ 700 mil. Só de lâmpadas, foram encomendadas 6,5 mil. No momento, de acordo com o diretor de iluminação pública, não há falta de estoque.

domingo, 10 de agosto de 2008

Rússia invade a Geógia


Rússia ataca aeroporto internacional da capital da Geórgia O aeroporto foi atingido a 200 metros da pista. Os russos atacaram também um aeroporto militar e uma planta de construção de aeronaves na periferia da capital da Geórgia, acrescentou o ministro.
A ofensiva ocorreu horas após a Geórgia afirmar que havia deixado Tskhinvali, capital da região separatista da Ossétia do Sul, onde forças russas e georgianas se enfrentaram em duros combates nos últimos três dias.

Em Tskhinvali, cerca de 15 explosões de grande intensidade foram ouvidas neste domingo, segundo a equipe de televisão da Reuters.
A Geórgia anunciou neste domingo que havia interrompido os ataques e pediu negociações com a Rússia para um cessar-fogo completo e para "o fim das hostilidades".
Exigência russa.


O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, disse neste domingo que a Geórgia deve retirar incondicionalmente suas forças da zona de conflito na região separatista da Ossétia do Sul, informaram agências russas de notícias. De acordo com as agências, Medvedev disse ao presidente francês Nicolas Sarkozy pelo telefone que Tbilisi também deve assinar imediatamente um compromisso formal de não atacar a Ossétia do Sul.

Mais cedo, a Geórgia anunciou a interrupção das atividades militares na zona do conflito, e disse estar buscando negociações para um acordo formal de cessar-fogo com a Rússia.
ConflitoA Rússia invadiu com tropas e tanques a pequena Geórgia após a tentativa de Tbilisi na quinta-feira à noite de retomar a Ossétia do Sul, uma pequena província pró-Rússia que se separou da Geórgia nos anos 90.

A crise, que se agravou rapidamente, alarmou os Estados Unidos, o principal aliado da Geórgia, e gerou tensões entre os investidores na Rússia, que venderam ações e dinheiro na sexta-feira temendo que o conflito se intensificasse.

As autoridades russas disseram que o número de mortos no combates que começaram na quinta-feira chega a 2.000. A Geórgia disse na sexta-feira haver até 300 pessoas mortas, a maioria civis.

EUA: A Casa Branca lamentou a ação militar russa, que incluiu bombardeios em pelo menos três alvos na Geórgia fora de Ossétia do Sul. James Jeffrey, assessor para assuntos de segurança nacional do presidente George W. Bush, disse em Pequim - onde o presidente participava da abertura das Olimpíadas - que as ações de Moscou podem ter um "impacto significativo de longo prazo" nas relações.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Lei N° 11.662, de 24/04/2008 modifica a quantidade de fusos horários no Brasil


Por que estudar Fusos Horários?

Porque a hora não é a mesma em todos os lugares do mundo. Nas olimpíadas de Pequim, na China em 2008 os jogos estarão acontecendo em um horário, serão assistidos em tempo real no Brasil em outro horário. Quando são 9 horas da manhã em Brasilia, são 20 horas em Pequim, na China e 21 horas em Tóquio, no Japão e assim ocorre com qualquer outra localidade do mundo.


Por que ?
Isso acontece porque a definição do tempo esta relacionado com o movimento de rotação da Terra e o movimento aparente do sol, enquanto uma região da Terra esta iluminada a região oposta esta na escuridão. Isto significa que estas regiões estão em diferentes fusos horários e o estudo deste tema permitirá a compreensão destes fenômenos.


Fusos Horários: 1 FH = 1 hora = 15º de Longitude= 15 meridianos
Imagine uma volta em torno da Terra e estarás dando uma volta de 360°, para dar esta volta sobre si mesma a Terra leva 24 horas, logo 360° ÷ 24 horas = 15° . Portanto cada fuso horário corresponde a uma faixa de 15º, onde são numerados desde o fuso zero, seguido de mais 12 fusos para o leste (+) e 12 para oeste (-).Meridiano de Greenwich (GMT)O Meridiano de Greenwich ou primeiro meridiano (0°), uma linha imaginária no centro do fuso zero, ficou definido na Conferência do Meridiano como referência da hora oficial mundial, ou hora GMT ( Greenwich Meridian Time ). Logo o Meridiano de Greenwich é o que passa no ponto médio (no meio) do fuso , observe que soma de 7,5º a leste de Greenwich com 7,5º a oeste, corresponderá aos 15º ou um fuso, definindo o Meridano de Greenwich, como fuso zero.

Observação: A partir de 1986, a hora GMT foi substituído pelo UTC - Universal Time Coordinated que é uma mensuração baseada em padrões atômicos e não na rotação da Terra .Sistema de Fusos Horários - 24 Fusos HoráriosForam definidos então 12 fusos a leste do fuso zero, para cada fuso corresponde a 1 hora a mais. No outro sentido 12 fusos a oeste do fuso zero, para cada fuso corresponde a redução de 1 hora. 12 fusos a leste, somado com os 12 fusos a oeste, do fuso zero (Greenwich), totaliza 24 fusos.

O Brasil e o Meridiano de Greenwich de acordo com a lesgilação antiga











O território brasileiro está localizado a oeste do Meridiano de Greenwich (fuso zero), abrangendo o fuso -2, fuso -3, fuso -4 e o fuso -5, isto quer dizer que em virtude da sua grande extensão territorial há sob o território brasileiro (continental e oceânico) 4 fusos horários, com regiões apresentando desde 2 horas, até 5 horas de atraso em relação a Greenwich(fuso zero). Portanto todo horário sob território brasileiro é atrasado em relação a hora GMT ou UTC.

De acordo com a Lei N° 11.662, de 24/04/2008 modifica a quantidade de fusos horários no Brasil




O território brasileiro está localizado a oeste do Meridiano de Greenwich (fuso zero), abrangendo o fuso -2, fuso -3 e fuso -4 (não existe mais o fuso -5), isto quer dizer que em virtude da sua grande extensão territorial, em vez de quatro fusos, agora passa a ter a partir desse decreto 3 fusos horários. O primeiro fuso (-2 horas GMT) sobre as ilhas oceânicas e mais 2 fusos (-3 e -4 horas em relação a GMT) sobre o território Brasileiro. O horário de Brasília (horário oficial brasileiro) continua -3 horas em relação ao GMT. Portanto todo horário sob território brasileiro é atrasado em relação a hora GMT ou UTC. A imagem mostra a nova configuração dos fusos sobre o território brasileiro de acordo com a nova legislação.

domingo, 3 de agosto de 2008

CHINA: Revolta da Paz Celestial - 1989





O Protesto na Praça da Paz Celestial (Tian'anmen) em 1989, mais conhecido como Massacre da Praça da Paz Celestial, ou ainda Massacre de 4 de Junho consistiu em uma série de manifestações lideradas por estudantes na República Popular da China, que ocorreram entre os dias 15 de abril e 4 de junho de 1989. O protesto recebeu o nome do lugar em que o Exército Popular de Libertação suprimiu a mobilização: a praça Tiananmen, em Pequim, capital do país. Os manifestantes (em torno de cem mil) eram oriundos de diferentes grupos, desde intelectuais que acreditavam que o governo do Partido Comunista era demasiado repressivo e corrupto, a trabalhadores da cidade, que acreditavam que as reformas econômicas na China haviam sido lentas e que a inflação e o desemprego estavam dificultando suas vidas. O acontecimento que iniciou os protestos foi o falecimento de Hu Yaobang. Os protestos consistiam em marchas (caminhadas) pacíficas nas ruas de Pequim.


Devido aos protestos e às ordens do governo pedindo o encerramento dos mesmos, se produziu no Partido Comunista uma divisão de critérios (opiniões) sobre como se deveria responder aos manifestantes. A decisão tomada foi suprimir os protestos pela força, no lugar de atender suas reivindicações. Em 20 de maio, o governo declarou a lei marcial e, na noite de 3 de junho, enviou os tanques e a infantaria do exército à praça de Tiananmen para dissolver o protesto. As estimativas das mortes civis variam: 400 a 800 Segundo o The New York Time), 2 600 (segundo informações não identificadas da Cruz Vermelha chines e sete mil (segundo os manifestantes). O número de feridos se estima entre sete mil e dez mil. Diante da violência, o governo empreendeu um grande número de arrestos para suprimir os líderes do movimento, expulsou a imprensa estrangeira e controlou completamente a cobertura dos acontecimentos na imprensa chinesa. A repressão do protesto pelo governo da República Popular da China foi condenada pela comunidade internacional.



No dia 4 ocorreu a cena mais conhecida dos eventos: foi tirada a fotografia vencedora do World Press Photo de 1989, na qual é mostrada um jovem estudante parado no meio de uma avenida detendo a fileira de tanques que circulava por ela, em frente à porta da Cidade Proibida, até ser puxado. Ainda, sua foto, estampou manchetes mundo afora e ganhou o Prêmio Pulitzer em 1990. Até hoje não se sabe o nome do rapaz, apelidado "Homem-tanque" ou "Rebelde Desconhecido", eleito pela Time como uma das pessoas mais influentes do século XX.

sábado, 2 de agosto de 2008

Desafio nº 2: Ensino público em Santa Maria - RS


Melhorar o ensino público é um desafio a quem governar a cidade Santa Maria - RS. Entre os problemas está a falta de estrutura em algumas escolas

Texto: Fernanda Mallmann (Diario de Santa Maria, 2 /08/ 2008)

O prefeito que tomar posse no dia 1º de janeiro do próximo ano já pode colocar na sua agenda de compromissos o seguinte recado: "Devolver a esperança para a Deise". Os três candidatos que estão na disputa pela prefeitura de Santa Maria provavelmente não conhecem Deise Stefanie da Rosa Trindade, 12 anos, aluna do 7º ano da Escola Municipal Professor Sergio Lopes, na Vila Renascença. Mas Deise tem muito a ensinar. Estudante de escola pública, ela conhece bem as dificuldades do ensino que não é pago.Não será fácil convencer Deise que as escolas públicas podem viver outros tempos. Ela é estudante do mesmo colégio municipal desde a pré-escola, o que lhe dá autoridade para falar dos problemas. Ainda cedo, Deise começou a perceber que o ensino público é deficiente. Quando criança, a pracinha da sua escola, que fica às margens do Arroio Cadena, já era precária.


Hoje, os mesmos brinquedos continuam no pátio da Sergio Lopes, ainda mais danificados do que na sua infância.- No mínimo, deveria ter uma boa pracinha para as crianças em cada colégio - diz Deise.As séries passaram, e a escola de Deise praticamente parou no tempo. O prédio não foi ampliado nem recebeu melhorias de infra-estrutura. Nas seis salas de aula que atendem aos 150 alunos nos turnos da manhã e da tarde, o assoalho é ruim. Toda vez que o parquê estraga, os buracos são cobertos com cimento, porque sai mais barato. Uma medida de economia necessária diante da escassez de recursos. Em 2003, foi aprovada a Lei de Autonomia Administrativa, que estabelece, entre outras coisas, a liberação de uma verba em dinheiro, calculada com base no número de alunos, para cada escola municipal. Para a Sergio Lopes, o recurso fica em cerca de R$ 450 mensais.- Com esse dinheiro, só pagamos a água, a luz, a merenda e os funcionários. O restante todo tem de ser pago com essa verba: a fechadura que precisa ser trocada, os consertos gerais, o gás, os produtos de limpeza, o material pedagógico, tudo. Nossa escola é antiga e sempre precisa de reparos. Acaba sendo um valor muito baixo - diz a diretora, Liris Maria Diefthaler.Como seria bom ter laboratórioO recurso limitado também não permite outras melhorias. A disciplina de educação física é feita em um campo, ao lado do prédio da escola. Como a área não é coberta, os alunos só podem praticar o esporte proposto pelo professor quando há tempo bom e o campo está seco. A falta de uma área fechada dificulta ainda a hora do intervalo. Quando chove, os alunos precisam ficar na sala de aula ou no corredor.Infra-estrutura falta também a outras disciplinas. A Sergio Lopes, apesar de atender crianças da pré-escola até adolescentes do 9º ano, não tem um laboratório de ciências. Conforme a direção da escola, quando o professor quer fazer uma atividade diferente, precisa trazer o material de casa. A mesma solução se aplica às aulas de artes. A condição faz com que sobrem expectativas, mas sem chances de serem atendidas.- Eu nunca vi um laboratório de ciências, mas acho que é um lugar onde se faz experiências.


Uma vez a minha professora trouxe um microscópio para a aula para a gente ver as bactérias, e isso foi muito legal - lembra.Mas, mais do que laboratórios, Deise, estudante que gosta de ler, ressente-se da falta de uma biblioteca. Não que a escola não tenha livros. Eles existem, embora a direção não saiba informar quantos são, pois não há bibliotecário na escola para catalogá-los. No entanto, o acervo está guardado em uma estante, que fica dentro do salão de festas da escola, onde também já estão o refeitório e uma sala de aula de turma da pré-escola improvisada. Por isso, a biblioteca não é um local onde o estudante pode sentar e pesquisar. Ela é apenas um local para a troca de livros, uma vez a cada semana.Para Deise, o quadro geral da sua escola e das outras que se encontram em situação parecida pode mudar.- O que precisa é o governo colocar dinheiro na educação. Eu gosto da minha escola, mas acho que ela poderia ser melhor - reflete.De olho no futuroDeise, que se orgulha das notas boas no boletim e de nunca ter repetido um ano na escola, ainda estudará dois anos na Sergio Lopes. Tempo para que o novo prefeito mostre que é possível oferecer uma escola melhor para quem não tem condições de pagar o ensino particular. Filha de pedreiro e dona-de-casa, depois, ela pretende fazer Ensino Médio, que também precisará ser em escola pública. Mais tarde, Deise sonha com a faculdade. Ela quer ser professora.- Desde pequenininha, eu tenho esse sonho. Quero ser professora de crianças pequenas para ensinar direitinho as coisas básicas que se precisa saber bem para ir para outras séries.Como estudante ou futura professora, Deise deve continuar sendo uma fiscal da educação.(Des)Inclusão digitalUm dos maiores desafios para os novos governantes será a inclusão digital. E, por meio dela, a modernização do ensino em relação àquele que era oferecido há cerca de 10 anos, quando computadores e Internet ainda não estavam incorporados ao dia-a-dia das pessoas. Especialmente em escolas de periferia, onde as comunidades são pobres, se os estudantes não tiverem contato com a informática na escola, correm o risco de serem adultos a engrossar a lista dos analfabetos digitais.Na maior parte das escolas municipais, os estudantes se formam no Ensino Fundamental sem nunca terem tocado num computador. Segundo o Sindicato dos Professores de Santa Maria (Sinprosm), das 80 escolas de Santa Maria, apenas 28 têm laboratório de informática.Na escola onde Deise estuda, a Sergio Lopes, há uma sala fechada que professores e alunos esperam ver se tornar um laboratório de informática. No local, estão teclados, monitores e CPUs cobertos por panos. Se montados, podem formar três computadores. A escola recebeu o material de doações. Agora, o desafio é reunir as economias da escola para conseguir a instalação das bancadas e da parte elétrica.A intenção da direção da Sergio Lopes, depois que a sala estiver completa, é conseguir levar a Internet para o colégio e deixar os computadores à disposição dos alunos para pesquisas. A comunidade da Renascença também será beneficiada.No que diz respeito à merenda, a escola ganha R$ 650 para preparar a refeição que os alunos recebem no intervalo. O recurso, conforme a direção, não é alto, mas é suficiente. Como na Sergio Lopes, nas demais escolas municipais todos os alunos têm direito à merenda. O valor repassado mensalmente a cada colégio é baseado no número de estudantes. Conforme o Sinprosm, as escolas têm recebido sem atraso.